Estado Islâmico libera 10 reféns cristãos assírios, mas ainda mantém 150 em cativeiro

Os reféns assírios são parte de um grande grupo, originalmente de 230 pessoas, que foram seqüestradas por militantes islâmicos nas aldeias de Khabur, em fevereiro.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 25 de novembro de 2015 às 15:15
Cristãos assírios participam de protesto contra a perseguição religiosa e pedem pela libertação dos reféns, mantidos pelo Estado Islâmico (Foto: Reuters)
Cristãos assírios participam de protesto contra a perseguição religiosa e pedem pela libertação dos reféns, mantidos pelo Estado Islâmico (Foto: Reuters)

O Estado Islâmico liberou 10 reféns cristãos assírios na noite da última terça-feira (24), na cidade de Tel Temir, província de Hasakah, nordeste da Síria. Apesar do aparente progresso nas negociações para a libertação destes prisioneiros, mais de 150 reféns permanecem detidos e ameaçados de morte pelo grupo terrorista.

"Os assírios liberdos, que são moradores das cidades de Tel Shamiram, Tel Jazeera, Qabr Shamiya e Tel Fayda, estão em boas condições de saúde", informou um comunicado da Rede Assíria de Direitos Humanos.

"O número total de reféns libertos desde o início das negociações atingiu 98, sendo em sua maioria, idosos e doentes", a Rede acrescentou, observando que há cinco mulheres entre os 10 liberados mais recentemente.

Os reféns assírios são parte de um grande grupo, originalmente de 230 pessoas, que foram seqüestradas por militantes islâmicos nas aldeias de Khabur, em fevereiro.

O EI vem pedindo milhões de dólares em resgate pela libertação destes reféns, porém o valor é muito alto para a comunidade assíria local. Depois de meses de negociações, os terroristas foram liberando reféns aos poucos.

Em outubro, 180 reféns estavam prontos para serem executados. As negociações continuaram, no entanto, Osama Edward, diretor do ANHR, afirmou que não é possível compartilhar mais detalhes sobre o processo, devido à "gravidade e sensibilidade da situação."

"Houve negociações indiretas com o Estado Islâmico, a fim de libertar todos os reféns", disse Edward.

"O conflito na Síria tem incitado os vários grupos étnicos e religiosos a se expandirem, uns às custas dos outros. O Estado Islâmico tem atacado os cristãos assírios com base nisto", acrescentou.

A Agência Assíria de Notícias Internacionais revelou os nomes dos reféns libertos e também compartilhou uma linha do tempo da libertação dos 98 reféns até agora, observando que na maioria das vezes, as pessoas idosas é que estão sendo liberadas.

A agência disse que outros 158 assírios de Khabur permanecem detidos e o Estado Islâmico também está mantendo mais reféns, incluindo 185 cristãos, capturados durante a invasão do grupo terrorista à cidade de Qaryatain.

Os ataques de fevereiro no rio Khabur levaram mais de 3.000 assírios a fugirem de suas aldeias e a maioria destes ainda não voltou para casa.

As preocupações com relação a estes reféns são crescentes, considerando que o EI tem se mostrado pronto para agir. Em outubro os militantes executaram três assírios capturados em outro ataque a aldeias cristãs perto da cidade de Tel Temir.

Um sacerdote sírio que foi mantido em um cativeiro do EI com este grupo de cristãos durante meses, foi liberado meses atrás e disse que viu muitos dos outros reféns cristãos sendo mantidos em um dormitório no subsolo.

O padre Jacques Murad, do mosteiro de Mar Elian, disse que os cristãos continuam se recusando a se converter ao Islã, apesar da pressão do grupo terrorista para que o façam.

"Os cristãos foram frequentemente questionados sobre sua fé e sobre a doutrina cristã, mas eles não se convertem ao islamismo, apesar da grande pressão. Eles têm sido fiéis. Esta experiência fortaleceu a fé de todos, inclusive a minha fé como um padre. É como se eu tivesse nascido de novo", disse Murad no final de outubro, duas par de semanas após a sua libertação.

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições