Estado Islâmico liberta 16 reféns cristãos assírios

Os reféns estavam entre mais de 200 que haviam sido raptados de aldeias ao longo do rio Khabour (norte da Síria) em 23 de fevereiro do ano passado.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 29 de janeiro de 2016 às 11:05

Estado Islâmico libertou mais 16 reféns cristãos assírios na Síria. Os ativistas que trabalham na região e também a Organização de Socorro à Igreja Assíria do Oriente (ACERO) confirmaram a informação.

Os reféns foram libertos depois de serem mantidos em cativeiro no nordeste da Síria desde fevereiro de 2015. Uma lista com os nomes e sobrenomes dos reféns - incluindo homens e mulheres libertos foi emitida - sugerindo que alguns desses reféns teriam relação familiar.

Os reféns estavam entre mais de 200 que haviam sido raptados de aldeias ao longo do rio Khabour (norte da Síria) em 23 de fevereiro do ano passado. Militantes do Estado Islâmico empreenderam incursões em várias aldeias assírias próximos a Tel Hmar, queimando igrejas e forçando centenas de famílias a fugir.

Além desses 16 reféns cristãos, o Estado Islâmico já libertou outro 144 prisioneiros, após diversos apelos da Missão 'Demanda por Ação' (ADFA), um grupo de campanha pelas as minorias no Oriente Médio, que disse anteriormente ao 'Christian Today' que a Igreja está trabalhando "dia e noite para garantir que todos voltarão para suas famílias com segurança".

"Obviamente estamos muito gratos que mais reféns tenham sido libertos", disse a porta-voz da ADFA Diana Yacqo. "Isso sem dúvida foi um dos períodos mais difíceis da história da Igreja e muito desafiador. Mas felizmente os líderes da igreja não desistiram e têm prosseguido nesta causa desde o início.

"No entanto, nos questionamos se algum dia haverá um ambiente seguro para o nosso povo que vive lá novamente. Nós sempre vivemos em harmonia, mas isso está provando que a situação se torna cada vez mais difícil à medida que o tempo passa. Nós não sabemos o que o futuro reserva para nós no Oriente Médio. Nossa história e nossas igrejas foram destruídas, o nosso povo está fugindo ou sendo seqüestrado. É literalmente um pesadelo essa situação e ainda assim ninguém quer ajudar".

Ela continuou: "A ONU tem negligenciado a situação, nossos apelos aos nossos respectivos governos passaram despercebidos. Nós apenas parecem ser as pessoas esquecidas daquelas terras".

A ACERO disse anteriormente que "não cessará" até que todos os reféns sejam libertos.

Em outubro, o Estado Islâmico divulgou um vídeo mostrando a execução de três dos mais de 200 reféns e ameaçou matar aqueles que ainda estavam em cativeiro, se os milhões de dólares exigidos pelo resgate não fossem pagos.

Inicialmente, os militantes exigiram um resgate de cerca de 100.000 dólares por refém, totalizando US$23 milhões. Quando ficou claro que a comunidade assíria não podia pagar, o montante foi reduzido para entre US$12 a 14 milhões.

Desde os ataques, em fevereiro, o Estado Islâmico sitiou várias cidades assírias antigas, incluindo a cidade iraquiana de Nimrud, a aldeia de Khorsabad e Hatra - uma cidade de 2.000 anos de idade.

Um antigo ramo do cristianismo, a Igreja Assíria do Oriente tem raízes que remontam ao século 1 dC. Cristãos assírios ainda falam aramaico, a língua de Jesus, e têm origens na antiga Mesopotâmia - um território que se espalha por todo o norte do Iraque, no nordeste da Síria e sudeste da Turquia.

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