Joel Veldkamp da missão “Christian Solidarity International” (CSI), que ajuda a libertar escravos sudaneses, testemunhou o impacto físico e espiritual da missão.
Em uma entrevista recente, ele contou a história de redenção de um escravo que foi resgatado por Jesus.
Joel, chefe de comunicações internacionais da CSI, explicou que os cristãos sudaneses foram escravizados durante o conflito civil entre o norte e o sul do Sudão.
Em 2023, a missão ajudou a libertar 1.500 escravos cristãos no Sudão. Nos últimos 30 anos, mais de 100 mil pessoas foram resgatadas.
Joel compartilhou que os escravos enfrentam “terríveis provações” que vão da violência sexual à separação familiar e à conversão forçada ao Islã. Ainda assim, muitos mantêm a fé.
“Lembro de um jovem que conheci, quando foi escravizado ele tinha idade suficiente para saber que não vinha de origem muçulmana, mas não sabia nada sobre o cristianismo”, disse Joel à CBN News.
“Ele cresceu na escravidão e foi forçado a aprender o Alcorão, a frequentar a escola islâmica à noite e a trabalhar durante o dia, sempre ouvindo que era muçulmano e sendo forçado a orar como um muçulmano”, acrescentou.
No entanto, o homem resistiu à identidade que lhe foi imposta. Quando finalmente se tornou livre, buscou conhecer a fé cristã da qual tinha sido privado.
“Quando voltou ao Sudão do Sul, teve pela primeira vez a oportunidade de aprender o que significava ser cristão e aprendeu a história de Jesus”, disse Joel.
E continuou: “Ele me contou que a história de Jesus é muito melhor. Jesus veio e se entregou pelo mundo. Ele não força ninguém a segui-lo. Ele não força ninguém a adorá-lo. Ele simplesmente nos ama”.
Despertar
Joel afirmou que o testemunho do ex-escravo o fez refletir sobre sua vida. Ele cresceu em uma família cristã e apesar de ter conhecimento da Palavra de Deus, não conseguia dedicar tempo para meditar nela.
Ver o encontro deste homem com Jesus mostrou a Joel o poder da redenção e o amor de Deus.
“Ele estava encontrando e compreendendo a graça pela primeira vez, sempre carreguei isso comigo. Foi uma verdadeira bênção”, declarou Joel.
Escravidão sudanesa
Joel também falou a história por trás da escravidão sudanesa, analisando as complexidades que levaram milhares de pessoas ao cativeiro.
“Hoje temos dois países: Sudão e Sudão do Sul. Mas, nas décadas de 1980 e 1990, era tudo apenas um país chamado Sudão. Esse país foi dividido por uma guerra civil entre o Norte, que é de maioria muçulmano e dominado por árabes, e o Sul, que é de maioria o cristão e negro africano”, contou ele.
Segundo o missionário, o governo muçulmano no norte começou a usar a escravatura como “arma de guerra” contra o sul, capturando pessoas durante o conflito, que terminou em 2005.
Cerca de 20 anos depois, Joel confirmou que muitos escravos ainda estão “presos” na detenção, suportando situações desumanas.
Com isso, atualmente a CSI ajuda a financiar a rede secreta para libertar os sudaneses que ainda estão em cativeiro.