Uma missão resgatou 21 famílias cristãs do trabalho escravo em olarias no Paquistão. A Uncharted Ministries pagou as dívidas que os levaram a trabalhar em condições desumanas durante décadas.
Bruce*, que trabalha na Uncharted, explicou que os cristãos no país muçulmano vivem na pobreza e acabam se individando para se alimentar ou receber cuidados médicos.
"Eles não conseguem bons empregos; eles estão empobrecidos. Muitos deles são analfabetos ou muito incultos”, comentou o missionário.
Os donos de olarias (fábricas de tijolos) se oferecem para pagar as dívidas em troca de trabalho manual. Eles concedem empréstimos a estas famílias, sabendo que terão dificuldade em pagar as dívidas.
Como resultado, muitas famílias são forçadas a trabalhar em regime de escravidão para quitar as dívidas, em um ciclo interminável que dura gerações.
"Por meio de altas taxas de juros e contabilidade fraudulenta, eles nunca saem das dívidas. Você tem netos pagando as dívidas de seus avós; é escravidão intergeracional”, disse Bruce.
Cristãos explorados
Segundo o líder, a comunidade cristã no Paquistão está vulnerável à exploração dos proprietários de olarias.
"Não tínhamos ideia dos níveis épicos de escravidão e sofrimento dos cristãos no Paquistão. Existem 20.000 olarias que escravizam até 2 milhões de cristãos”, enfatizou.
Em parceria com cristãos locais, a Uncharted Ministries está trabalhando para libertar famílias escravizadas no país.
"Estamos pagando uma dívida financeira para que eles sejam libertados, e é uma correlação tão grande com o que Cristo fez por nós – pagando nossa dívida de pecado que somos libertados", refletiu Bruce.
"Acabamos de resgatar uma família (marido e mulher e seis filhos) em 15 de julho, a dívida que os manteve escravizados era de 250 dólares. Isso foi baixo; normalmente, a [dívida] média está entre 700 e 1.000 dólares”, informou ele.
O Paquistão manteve sua posição em 7° lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas, que identifica os lugares mais difíceis para os cristãos viverem, assim como no ano anterior.
*Nome alterado por motivos de segurança.
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