Igreja brasileira envia sapatos a crianças que andavam 2 km descalças até a escola

Ação, realizada pela Nossa Comunidade São Paulo em conexão com a NCMI Brasil, apoia o Projeto “Light of Hope”, em Uganda.

Fonte: Guiame, Adriana BernardoAtualizado: terça-feira, 14 de junho de 2022 às 17:54
Crianças do Projeto “Light of Hope” recebem calçados e uniformes para irem à escola. (Foto: Pastor Okecho Simon Peter)
Crianças do Projeto “Light of Hope” recebem calçados e uniformes para irem à escola. (Foto: Pastor Okecho Simon Peter)

O distrito de Luuka foi criado por lei do Parlamento de Uganda e tornou-se funcional em 1 de julho de 2010. Na tradição Kisoga, Luuka é um dos cinco principados tradicionais do Reino de Busoga. Segundo a lenda, Luuka foi fundada por volta de 1737 d.C. e tornou-se parte do protetorado britânico em Busoga em 1896 d.C.

É neste lugar com história e tradição, que a Nossa Comunidade São Paulo, igreja liderada pelo bispo Cláudio Modesto, realizou sua mais recente obra missionária.

Crianças do Projeto “Light of Hope” uniformizadas para a escola. (Foto: Pastor Okecho Simon Peter)

“Nosso coração está alegre com todos que se uniram a nós para atender o clamor das crianças do Projeto ‘Light of Hope Children 's Ministries’ em Nawempiti, Luuka, no distrito de Iganga”, agradeceu o bispo.

“Você semeou em terra fértil. As notícias sobre esta ação estão causando impacto na comunidade local, na escola onde as crianças estudam e em toda a parte”.

Crianças do Projeto “Light of Hope”. (Foto: Pastor Okecho Simon Peter)

O bispo, que trabalha em conexão ao NCMI (New Covenant Ministries International) através da NCMI BRASIL, disse que a ação “está gerando avivamento e muitos estão se rendendo a Cristo”.

“Por isso é que eu sempre digo que o pouco de muitos faz a obra acontecer”, afirmou.

Pés calçados

As crianças de Luuka são abrigadas pelo Projeto “Light of Hope Children's Ministries” (Ministério Infantil Luz da Esperança, em tradução livre), presidido pelo Pr. Okecho Simon Peter.

“Essa localidade é praticamente isolada [veja mapa abaixo], ficando distante do centro comercial de Iganga, o que os obriga a fazerem tudo a pé”, explicou Cláudio.

O pastor brasileiro disse que as próprias crianças caminham cerca de dois quilômetros, descalças, para chegarem à escola. Para ajudar esses meninos e meninas de diferentes idades, foi feita uma ação que custeou a taxa de matrícula escolar, a compra dos uniformes e de calçados para todas as 41 crianças que estão hoje no orfanato.

“Vamos continuar ouvindo a voz do Espírito Santo para levar vida ao vale de ossos secos”, declarou o pastor. 

Precariedade

O distrito de Iganga, composto pelos subcondados de Bukanga, Bukooma, Bulongo, Ikumbya, Irongo, Nawampiti e Waibuga, tem uma população estimada em cerca de 260.900 habitantes, segundo o censo de 2012.

Há muita precariedade no lugar, como ausência de banheiros. As pessoas usam latrinas. Elas andam bastante para buscar água do poço de uma propriedade vizinha e essa água que usam para tudo, inclusive para cozinhar.

Mulheres cozinham ao relento. (Foto: Pastor Okecho Simon Peter)

Cláudio explica que a situação do projeto é bastante crítica. No lugar não tem luz elétrica, o que dificulta bastante a vida das pessoas. “As crianças estavam dormindo em alojamentos muito precários, não tem colchonetes, a comida é feita ao relento e se alimentam de uma comida feita a base de farinha com feijão”.

Crianças se alimentam de farinha e feijão. (Foto: Pastor Okecho Simon Peter)

Apesar dessa situação, a Light of Hope estava com 95 crianças no orfanato. A administração local notificou o projeto por falta de condições de atendimento. “Precisamos de ajuda para construir os banheiros, vestiários, comprar camas e de ajuda geral”, disse Cláudio.

Dormitório do Projeto "Light of Hope". (Foto: Pastor Okecho Simon Peter)

Ele contou que recentemente uma das crianças foi picada por cobra porque elas dormem sem proteção, e sem iluminação não veem quando aparece algum bicho.

Viagem missionária

Colunista do Guiame, Claudio Modesto disse que o desafio continua. “Agora estamos nos preparando para a viagem missionária à Uganda e Kenya, de 15 de setembro até 05 de outubro. Realizaremos treinamento de pastores e líderes, plantação de igrejas, batismos, celebração em cidades e acima de tudo desenvolveremos novos relacionamentos”, conta. “Tudo para a glória de Deus”.

“Nosso trabalho em Uganda não se resume somente a Luuka, mas, também estamos atuando em Kampala, capital do país, Naminsidwa, Nyondo, Mbale, Bugiri e cruzando a fronteira até chegar em Kitali, Kenya Distrito de Kiminini no bairro Sikhendu, onde o pastor Moses Kwanuti está com sua família”, explicou Cláudio.

“Contamos com a oração dos irmãos, pois, ela pode muito em seus efeitos para que o Senhor libere todos os recursos necessários para a manutenção desta ação missionária e humanitária”, disse.

Ele explicou que mais de 500 pessoas, cristãos e não cristãos, já estão registradas para atendimento médico durante o tempo em que a equipe multidisciplinar estiver em viagem missionária.

“Além dos custos de viagem estamos precisando muito de medicamentos para atendimento básico, óculos de leitura etc. e se você tiver acesso à área da saúde, ou laboratórios que possam doar, me solicite a lista do que precisamos e isso será um grande apoio [contato: claudio.modesto@gmail.com ou WhatsApp (11) 97087-5636]”.

O pastor explica que o governo local já autorizou a entrada de medicamentos, o que vai ajudar a salvar vidas e aliviar a dor das pessoas que esperam por atendimento.

“Somos a Igreja de Jesus Cristo, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, finaliza.

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