#JesuisCharlie porque #JesusEstCharlie na cruz

Jesus não morreu pelos justos. E foi com ele que aprendemos os valores que ainda hoje são considerados essenciais na cultura ocidental. O nosso herói dá a vida pelos que não merecem. Morre pela liberdade dos que o agridem. Se expõe à morte para salvar o mais sujo entre os sujos.

Fonte: Ultimato, Braulia RibeiroAtualizado: terça-feira, 13 de janeiro de 2015 às 13:15
Charlie Hebdo
Charlie Hebdo

Charlie HebdoAinda sobre a tragédia do Charlie Hebdo. É importante que entendamos que o “político corretismo” é uma forma de fascismo. A noção do que é politicamente correto não é definido por uma moral consensual comum, ou demanda o respeito à consciência individual como a tolerância advogada por John Locke e que estabeleceu os pilares da liberdade de expressão ocidental.

O politico-corretismo é definido pela vontade dos que estão no poder. Estas oligarquias no governo determinam o que é correto se dizer ou até se pensar (vide o absurdo que são as proibições de opinião do PL122). O que eles determinarem como correto tem que ser imposto à despeito das consciências individuais e até da noções de certo-errado, falso-verdadeiro, puro-profano compartilhadas pela população. Como recomenda Antonio Gramsci, o Estado-Príncipe se torna então Deus, o que define moral. Certo e errado é o que estado quer, o que lhe serve, o que corrobora o seu poder.

Num artigo do NYTimes David Brooks ( http://www.nytimes.com/2015/01/09/opinion/david-brooks-i-am-not-charlie-hebdo.html?_r=1 ) diz que não é Charlie. Ele critica com razão a hipocrisia dos Americanos que lamentam o que aconteceu na França mas não reconhecem como abuso o que acontece na própria América. Ele cita o caso de um professor da Universidade de Illinois que foi expulso por manifestar sua visão moral (católica) sobre a homossexualidade durante uma aula. Critica também a visão de mundo infantil e grosseira dos cartunistas que nunca superaram a fase da agressividade adolescente: – vou te ˆ%$#@, parece ser efetivo quando se tem 13 anos, mas ao amadurecermos entendemos que respeito mutuo, ouvir opiniões contrárias é mais humano e mais inteligente do que o escárnio vazio que não gera nada de positivo para minorar as dores de uma sociedade complexa como a francesa. Certíssimo. Concordo com Brooks, eles não passavam de insultadores profissionais. Se voce tem dúvidas olhe os cartuns que eles faziam contra os cristãos. Alguns são tão absolutamente ofensivos que provocam uma reação de ira até em Buda.

Leonardo Boff também fez uma reflexão semelhante ( https://leonardoboff.wordpress.com/2015/01/10/eu-nao-sou-charlie-je-ne-suis-pas-charlie/ ) usando um artigo escrito por amigo que mora na França. Ambas as falas extremamente politicamente corretas. Respeito, boas maneiras acima de tudo, vociferam estes liberais-modelo.

O problema, tanto de Brooks quanto de Boff, na verdade, o erro crasso dos dois é que eles se consideram melhores do que seus colegas do Charlie. Por serem políticamente corretos se imbuem da arrogância absoluta de monopolizar o direito de expressão. De onde vem esta arrogância? De falar a língua que é sancionada pelos donos do poder. Estes senhores não sabem o que é liberdade, e não consideram a sua liberdade como importante. São pau-mandado, galos de briga, treinados para a rinha pública do fascismo politicamente correto.

É importante que os cristãos verdadeiros saibam que existe muito mais em jogo agora do que boas maneiras. O que os terroristas fizeram não foi dar palmadinhas no bumbum dos cartunistas do Charlie Hebdo. Eles se imbuíram de um direito que não tem de legislar e os sentenciaram à morte. Cometeram um golpe de estado. Se apoderaram do estado francês e lhes impuseram a sua moral o seu próprio senso de justiça. Eles querem e estão conseguindo matar a liberdade ocidental.

Eu não tenho vergonha de dizer #EusouCharlie . Eles eram pecadores. Desenhavam cenas horríveis, abjetas, debochando da religião cristã, muçulmana, debochando da família e de valores que nos são caros. Por que defendê-los? Não é mais fácil ficar ao lado de Boff e Brooks e se posicionar como superior a eles? O problema é que se você não for Charlie hoje a sua liberdade estará em risco amanhã. A cruz me ensina que ou a liberdade é de todos ou não é de ninguém. Jesus não morreu pelos justos. E foi com ele que aprendemos os valores que ainda hoje são considerados essenciais na cultura ocidental. O nosso herói dá a vida pelos que não merecem. Morre pela liberdade dos que o agridem. Se expõe à morte para salvar o mais sujo entre os sujos.

Por causa da cruz entendemos tolerância, virtude, compaixão amor. Mais do que todos nós #JesusestCharlie

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