Um tiroteio foi registrado no leste de Paris nesta sexta-feira (9) em um mercado kosher (judaico), informam agências e jornais internacionais. Ao menos duas pessoas foram mortas, segundo a agência "AFP". O Ministério do Interior não confirmou a informação.
Ao menos cinco pessoas foram feitas reféns por um homem armado dentro do estabelecimento, em Vincennes, afirmou o jornal "Le Figaro", citando fontes da polícia.
Segundo a AFP, o homem, que estava armado com duas pistolas automáticas e um fuzil, atirou contra duas pessoas antes de entrar no mercado.
A direção de uma escola que fica nas proximidades do mercado informou por meio de seu site que os alunos estão em segurança dentro da unidade. O tráfego foi parcialmente interrompido em três linhas de trem e uma do metrô de Paris, perto do Porte de Vincennes, por "questões de segurança", informou pelo Twitter a RATP, empresa responsável pelo transporte público da região.
As ruas próximas ao mercado foram evacuadas, e a polícia orientou os moradores da localidade a ficar em suas casas.
"É extremamente perigoso", diz fonte do jornal. "Ele tem dois fuzis". Ao falar em direção aos policiais que cercam o local, o suspeito teria dito: "vocês sabem muito bem quem eu sou".
A polícia divulgou hoje retratos de dois suspeitos pelo tiroteio de ontem: um homem, Amedy Coulibaly, 32, e uma mulher, Hayat Boumeddiene, 26.
O presidente da França, François Hollande, pediu para que o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, vá até o local onde pessoas estão sendo feitas reféns.
Ligação entre casos
As autoridades francesas haviam afirmado até então não haver aparentemente ligação entre os dois casos, mas as investigações teriam confirmado a existência dessa conexão.
"Fatos recentes permitiram que a investigação avançasse para estabelecer uma conexão", indicou a fonte policial à AFP, sem dar mais detalhes.
Segundo a agência Reuters, o ofensor que se acredita ser responsável por disparar os tiros na área de Montrouge conhecia Cherif e Said Kouachi, os irmãos suspeitos de matar 10 jornalistas e dois policiais no atentado de quarta-feira contra o jornal.
Os três homens eram todos membros da mesma célula jihadista parisiense que a dez anos atrás enviou jovens voluntários franceses ao Iraque para combater as forças dos Estados Unidos.
Cherif Kouachi chegou a ficar 18 meses preso devido ao seu papel no grupo.
O suspeito pelo crime de Montrouge foi condenado em 2010 por seu envolvimento em uma tentativa malsucedida de libertar da prisão Smain Ali Belkacem, autor do ataque de 1995 contra o sistema de transporte de Paris, em que oito pessoas foram mortas e 120 ficaram feridas.