Mais de 100 cristãos são mortos em ataques do Estado Islâmico no Congo

Terroristas assassinaram as vítimas com facões em duas comunidades, em um intervalo de dois dias. 100 cristãos foram sequestrados.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: quarta-feira, 17 de setembro de 2025 às 15:07
Imagem ilustrativa. (Foto: Portas Abertas).
Imagem ilustrativa. (Foto: Portas Abertas).

Extremistas ligados ao Estado Islâmico mataram mais de 100 cristãos em ataques brutais, na primeira semana de agosto, na República Democrática do Congo.

Segundo a Missão Portas Abertas, militantes do grupo terrorista Forças Democráticas Aliadas (ADF) atacaram duas comunidades em um intervalo de dois dias.

No dia 8 de setembro, por volta das 21h, o grupo assassinou cristãos que estavam reunidos no velório de um membro de uma igreja local, em Ntoyo.

“As vítimas foram pegas de surpresa durante a cerimônia de luto na vila, e a maioria foi morta com facões”, relatou Macaire Sivikunula, o administrador local, à agência Reuters.

Mais de 70 cristãos foram mortos e pelo menos 100 foram sequestrados. Os terroristas ainda queimaram 16 casas, 8 motos e dois veículos em Ntoyo.

“Eles chegaram e começaram a matar. Assassinaram friamente cristãos no velório”, disse o reverendo Mbula Samaki, da Igreja 55e CEBCE Mangurejipa, à Portas Abertas.

Vídeos compartilhados em aplicativos de mensagens mostram o banho de sangue na vila, com corpos espalhados pelo chão e empilhados em cabanas de barro, enquanto familiares gritavam pela morte das vítimas.

Agricultores atacados

Na manhã seguinte, em 9 de setembro, os mesmos terroristas atacaram a comunidade de Potodu, matando pelo menos 30 agricultores cristãos enquanto trabalhavam em suas terras.

“As ADF chegaram a Potodu, um bairro de Oicha, com facões, e mataram agricultores cristãos que estavam acampados em suas plantações e os que estavam voltando. É uma noite de tristeza e desolação para os cristãos”, disse o pastor local Paluku.

Uma parte dos corpos foi levada ao necrotério do Hospital Geral de Oicha e aguardam para sepultamento. Várias pessoas da comunidade continuam desaparecidas.

“Que Deus venha em nosso socorro, pois estamos fartos dessas matanças no território de Beni”, desabafou Paluku.

Deslocados

Após os ataques, muitos moradores fugiram da região e buscaram refúgio em outros locais como deslocados internos.

O reverendo Alili, da igreja 3e CBCA Njiapanda, contou que recebeu refugiados vindos de Ntoyo.

“Os cristãos estão desorientados porque era época de colheita do arroz, mas veja o que está acontecendo com eles. Nós, como igreja, estamos sem recursos para confortá-los. Eles não querem dormir na igreja com medo de serem atacados como os que foram mortos no velório”, afirmou.

“Os massacres estão enfraquecendo a fé dos cristãos. No mês passado, foram massacres atrás de massacres, e agora em setembro. Senhor, por favor, venha em nosso auxílio”, lamentou o líder.

A  Portas Abertas condenou os ataques brutais contra à comunidade cristã e pediu que as autoridades protejam com urgência os cristãos no Leste do Congo, onde os terroristas da ADF têm realizado ataques constantemente.

“Pedimos ao Corpo de Cristo que mantenha os cristãos e as igrejas congolesas em oração. Orem pelo conforto de Deus, por provisão aos deslocados e por força para permanecer firmes diante desses ataques direcionados”, solicitou Jo Newhouse (pseudônimo), porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana.

Os recentes ataques fazem parte de uma onda de violência contra seguidores de Jesus na República Democrática do Congo, que ocupa o 33° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições