Pelo menos 120 pessoas foram mortas em uma série de ataques da milícia Fulani contra comunidades cristãs na região de Adara, no sul do estado de Kaduna, na Nigéria, desde fevereiro, segundo a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW).
A CSW informou que apenas em um ataque na última segunda-feira (11), 52 pessoas morreram e 100 casas foram destruídas nas aldeias de Inkirimi e Dogonnoma, em Maro, na região do governo de Kajuru. Mulheres e crianças estão entre as vítimas.
Sobreviventes do ataque disseram à CSW que os militantes se dividiram em três grupos; um fazia os disparos, outro incendiava as casas e o terceiro interceptava os aldeões em fuga.
Mais tarde, no mesmo dia, dezenas de pessoas ficaram feridas e 43 casas foram destruídas em ataque feito em outra aldeia por militantes Fulani.
Os pastores Fulani, também conhecidos como milícia Fulani, são um grupo seminômade que pastoreiam gados nas regiões centrais da Nigéria. A maioria deles é muçulmana e tem lutado contra fazendeiros cristãos por terras de pastagem.
Desacordos entre pastores e agricultores locais sobre áreas de pastagem e água são consideradas as principais fonte do conflito entre os dois grupos. Milhares de pessoas deixaram suas casas como resultado da onda de violência.
O chefe executivo da CSW, Mervyn Thomas, apelou aos governos federal e estadual da Nigéria para o fim da violência.
“A morte e a destruição implacáveis são uma triste acusação do fracasso de ambos os níveis de governo em cumprir o encargo principal de proteger todos os seus cidadãos de forma imparcial”, disse ele em nota.
A Nigéria é classificada como o 12º pior país do mundo para os cristãos viverem sua fé, segundo o mapa da perseguição da Portas Abertas.