Pelo 16º ano consecutivo, a Coreia do Norte foi classificada como o país que mais persegue cristãos no mundo, de acordo com a nova Lista Mundial da Perseguição publicada nesta quarta-feira (10) pela organização Portas Abertas.
“A Coreia do Norte continua sendo o lugar mais perigoso do mundo para ser cristão. Os crentes são forçados a adorar a Deus em segredo — se forem descobertos eles são levados para campos de trabalho forçado”, explica o relatório da Portas Abertas, indicando que mais de 70 mil cristãos estão nesses campos.
No ano passado, a Coreia do Norte reforçou o esquema de vigilância na fronteira com a China e passou a invadir as casas onde os cristãos convertidos buscavam refúgio. “Os cristãos descobertos são enviados de volta aos acampamentos norte-coreanos onde enfrentam condições espantosas e estão sujeitos à tortura e morte”, diz a organização.
Auditada pelo Instituto Internacional de Liberdade Religiosa (IIRF, na sigla em inglês), a Lista Mundial da Perseguição avalia a liberdade que um cristão tem para praticar a fé nas cinco esferas da vida: individualidade, família, comunidade, nação e igreja.
A maioria das nações que estão no topo da lista fazem parte do Oriente Médio ou Norte da África, como Afeganistão, Somália, Sudão, Paquistão, Eritreia, Líbia, Iraque, Iêmen e Irã. De acordo com a pesquisa, cerca de 3.066 cristãos foram mortos em todo o mundo no período no período em que os dados eram compilados.
O Egito teve um rápido crescimento no ranking, ocupando a 17ª posição, por ter sido marcado pela violência e ataques no último ano.
“No Egito, como em muitos outros países do Oriente Médio, sua religião está indicada em seu documento de identidade. Isso facilita a discriminação e a perseguição — você é negligenciado por empregos, as licenças para construção são difíceis de serem obtidas e você se torna um alvo quando vai à igreja”, conta Lisa Pearce, CEO da Portas Abertas no Reino Unido e Irlanda.
O Peru entrou na lista pela primeira vez em 2015, mas subiu dez pontos no ranking e em 2018 ocupa a 31ª posição. A África também foi destacada devido às crescentes ameaças do extremismo islâmico em suas regiões.
“Os extremistas islâmicos mataram mais de 2 mil cristãos no ano passado. Os estupros eram numerosos — mais de 500 mulheres foram estupradas ou abusadas sexualmente no ano passado. O estupro é usado como arma de guerra por extremistas islâmicos no norte da Nigéria”, conta a organização.
Nomeada pela Portas Abertas como a “Coreia do Norte da África”, a Eritreia também tem sido uma das preocupações, com a 6ª classificação da lista. “Os cristãos são considerados agentes do Ocidente e uma ameaça para o governo. No ano passado, 375 cristãos foram sentenciados ou presos e 385 foram abusados fisicamente ou psicologicamente”.