Diante dos conflitos e perseguições, cerca de 65,3 milhões de pessoas estiveram deslocadas de suas casas no final de 2015, de acordo com um relatório da ONU lançado nesta segunda-feira (20), data em que é comemorado o Dia Mundial do Refugiado.
Segundo a agência da ONU para refugiados (Acnur), uma em cada 113 pessoas no mundo é refugiada, requerente de asilo ou deslocada interna, caracterizando a maior crise humanitária desde a 2ª Guerra Mundial.
Em meio ao drama vivido por milhares de famílias, centenas de missionários cristãos tem investido seus recursos para levar o amor de Jesus Cristo. Kate Yates, parceira da organização Portas Abertas, organizou um acampamento bíblico de três dias para evangelizar as crianças refugiadas sírias, no Líbano.
"Antes de partir para o acampamento, passamos um tempo ouvindo sobre as crianças que a gente iria trabalhar. As estatísticas foram alarmantes e revelaram que 79% dessas crianças perderam um membro da família por causa da violência/perseguição; 60% viram com seus próprios olhos pessoas sendo punidas com por causa violência/perseguição; 30% experimentaram isso pessoalmente", disse a missionária.
Os países que mais recebem refugiados em todo o mundo são a Turquia, seguida do Paquistão e do Líbano. Já os países de onde mais saíram refugiados em 2015 foram a Síria (4,9 milhões), o Afeganistão (2,7 milhões) e a Somália (1,1 milhão).
"A igreja no Líbano tem uma tarefa difícil diante dessa situação, quando uma em cada quatro pessoas no país é um refugiado sírio. O que me incentivou foi que os nossos parceiros reconhecem que não é uma tarefa difícil, mas uma oportunidade incrível", acrescentou Kate.
As crianças representam 51% do total de refugiados em todo o mundo. O Acnur afirma que o que preocupa é a quantidade de crianças que foram separadas de seus pais e viajam sozinhas. Segundo a agência, 98,4 mil solicitações de refúgio vieram de crianças desacompanhadas, o maior número já visto.
Diante disso, a abordagem destes missionários não é apenas a de pregar, mas de servir as crianças. Eles sabem que o Evangelho tem o poder de transformar vidas, por isso, compartilham um pouco sobre a história de Jesus Cristo para levar esse amor às crianças.
Apesar das dificuldades, Kate conta que os refugiados são gentis e hospitaleiros. "Eles vivem em estruturas improvisadas que dificilmente podem ser qualificadas como uma casa e, mesmo assim, sua gratidão pelas condições atuais é evidente. Quando perguntamos sobre o que poderíamos orar, a primeira coisa que saía de suas bocas era ‘gratidão por não viver em uma zona de guerra’", relata a missionária.