Muçulmanos passam a rejeitar mutilação feminina após missionários orarem por 40 dias

Os missionários que atuam em Guiné-Bissau se uniram para 40 dias de jejum e oração contra a prática.

Fonte: Guiame, com informações da JMMAtualizado: sexta-feira, 20 de abril de 2018 às 13:41
Outdoors foram colocados nas entradas e saídas de Guiné-Bissau, rejeitando a prática. (Foto: Reprodução).
Outdoors foram colocados nas entradas e saídas de Guiné-Bissau, rejeitando a prática. (Foto: Reprodução).

A missionária brasileira Renata Santos, que está servindo em Guiné-Bissau, relatou que a influência do cristianismo está mudando o cenário local. Ela tem vivenciado experiências que provam o poder do jejum e da oração. “Deus coloca sonhos no coração da gente que muitas vezes são difíceis de se realizar”, inicia ela.

“Aramos a terra com as mãos, regamos com lágrimas e não fazemos ideia de quantos frutos nossa pequena semente dará. Na Guiné-Bissau, sofri muita perseguição quando em meados de 2016 estava trabalhando no episódio do nosso programa missionário de TV, Caminho de Volta”, explica ela.

Renata lembra que o episódio abordava o tema da mutilação feminina. “Houve muito falatório e discussões a respeito dele, quando o episódio foi ao ar. Na história, frisamos o fato de a mutilação feminina, além de ser uma violência grande na vida das meninas, ser considerada também crime pelas leis internacionais”, ressaltou.

Ela afirma que a prática não faz parte do Alcorão. “Sua prática não está, como muitos acreditam, indicada no alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, ou tampouco em outro livro religioso. Muitos muçulmanos acreditavam que este era um dos pilares de sua religião e indicado pelo profeta Maomé”, disse.

Bloqueio

A missionária Renata diz que a causa era tão forte que o programa missionário transmitido em cadeia nacional chegou a ser bloqueado. “Neste período, chegaram a parar a transmissão do nosso programa”. Ao ver tantas dificuldades, Renata diz que os missionários se uniram para 40 dias de jejum e oração. Foi aí que ela passou a enxergar os frutos de seu trabalho.

“Choramos bastante. Mas hoje as lágrimas são de alegria ao receber a notícia de que por toda a Guiné-Bissau, principalmente nas entradas e saídas das cidades com maior porcentagem de etnias que praticam, ou praticavam a mutilação feminina, está um outdoor grande com um texto que diz: Mutilação feminina não faz parte dos 5 pilares do islã”, explica.

“Não tenho palavras para agradecer a Deus ao ver o quanto Ele tem demonstrado seu amor pelo povo guineense. Ele se importa com grandes e pequenos. Ele tem escrito novas histórias para essa nova geração e, principalmente, tem me permitido ver e participar do que Ele está fazendo no meio deles. Por tudo isso, sou grata ao grande Eu Sou, a verdadeira esperança às nações” finalizou.

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