Missionária ajuda a combater a mutilação genital de mulheres em Guiné-Bissau

Em Guiné-Bissau a mutilação genital feminina é uma tradição cultural mantida por uma argumentação religiosa.

Fonte: Guiame, com informações do Missões MundiaisAtualizado: quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018 às 18:27
A última terça-feira (6) marcou o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. (Foto: Reprodução).
A última terça-feira (6) marcou o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. (Foto: Reprodução).

Em Guiné-Bissau, a mutilação genital feminina faz parte da cultura local. De acordo com as Nações Unidas, há 200 milhões de meninas e mulheres sobreviventes de um tipo dessa prática condenável. Mas, a missionária Rosenilda Assis tem lutado para combater isso.

Ela desenvolve o projeto Vida de Menina, que tem contribuído para uma mudança de mentalidade de meninas guineenses com idade entre 11 e 16 anos e, através delas, influenciar as novas gerações.

Também em Guiné-Bissau, o seriado “Caminho de Volta” dedicou um episódio para falar sobre a prática, visto que na última terça-feira (6) marcou o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina.

Em uma conversa com Quite Djta, líder do Comitê Nacional para o Abandono de Práticas Nefastas (CNAPN) guineense, a missionária Rosenilda abordou o assunto e apresentou o motivo da mutilação genital feminina ainda ser muito presente em Guiné-Bissau.

Quite Djta explica: “Esta prática é uma tradição cultural, com suposta argumentação religiosa, segundo a qual meninas muçulmanas recebem orientação de que, após a mutilação genital feminina, podem orar de forma correta. Se não a fazem, ficam excluídas dentro da aldeia, não podendo cozinhar nos dias de grandes festas, inclusive o Ramadã”, disse a líder.

Ela continua: “Além disso, elas encontram dificuldades para conseguir um casamento”. Sobre o modo como é feito a mutilação, ela explica: “A faixa etária das meninas levadas por familiares para a mutilação genital feminina difere de cada etnia e família”, disse.

“Desde meninas recém-nascidas a 15 anos de idade sofrem a mutilação. Entre os fulas, são removidos o clitóris e os pequenos e grandes lábios. Entre os biafadas e mandingas, apenas uma parte do clitóris é removida”, explanou.

Estratégia

Segundo Quite, existem leis que visam prevenir e condenar a prática. “Mesmo assim, há etnias que realizam a circuncisão em bebês recém-nascidos, assim o choro não denuncia o ato. A mutilação é realizada por mulheres de idade ou alguém da geração das mesmas, chamadas de fanatecas”.

Sabe-se que mudar um costume leva uma vida inteira, ou até mesmo gerações. Mas, a missionária Rosenilda Assis não pretende desistir de sua luta em combate à mutilação genital feminina em Guiné-Bissau, por meio do Missões Mundiais.

Além de ações concretas, como o projeto Vida de Menina, o Missões Mundiais acredita que o Deus é o único capaz de modificar essa situação à qual estão sujeitas milhões de meninas e mulheres em todo o mundo.

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