Durante a Semana Santa, ataques terroristas deixaram centenas de pessoas mortas e outras feridas em comunidades cristãs na Nigéria.
Joel Veldkamp, chefe de comunicações internacionais da Christian Solidarity International, comentou sobre os ataques que estão acontecendo contra os cristãos:
“Foram os piores ataques que vimos na Nigéria em quase um ano e meio”, disse Joel à CBN News.
E continuou: “Meu colega de trabalho chegou à cidade de Jos, no centro da Nigéria, no sábado, 12 de abril. Desde então, todas as noites houve ataques a vilarejos cristãos naquela região”.
Segundo Joel, estima-se que pelo menos 126 pessoas foram mortas e 7.000 foram expulsas de suas casas.
“É um ataque extremamente grave, um dos maiores que já vimos nesta região em muito tempo, e aconteceu na Semana Santa”, disse ele.
“Na verdade, o pior massacre foi no Domingo de Ramos. Cinquenta e seis pessoas foram mortas em sua aldeia por extremistas islâmicos Fulani”, acrescentou.
Família cristã assassinada
Na ocasião, Joel destacou alguns dos relatos que seu colega de trabalho está vendo no local após se encontrar com “sobreviventes do massacre”.
"Ele disse que a maioria das pessoas tem ferimentos de facão. Os agressores estão, na verdade, usando facões para matar e ferir pessoas. Ele conheceu um menino de 7 anos chamado Steven, cuja família inteira foi morta. Seu pai foi baleado e morto. Sua mãe teve os dois braços decepados e, em seguida, acreditamos que ela morreu. Seus outros dois irmãos foram atingidos por facões e morreram", contou ele.
Steven foi atingido no pescoço com um facão e deixado para morrer pelos terroristas. No entanto, ele foi encontrado por um parente que o levou ao hospital.
“Mesmo no hospital, vários dias depois, ele ainda gritava e vomitava por causa da dor dos ferimentos”, disse Joel.
Aumento da perseguição
Nos últimos anos, o aumento da violência na Nigéria se tornou mais alarmante à medida que mais pessoas se convertem ao cristianismo.
Joel explicou que a classe militar dominante sempre foi muçulmana e do grupo étnico Fulani:
“O que está acontecendo agora é que temos essa enorme região da Nigéria chamada Cinturão do Meio, que é muito fértil, povoada por centenas de grupos étnicos diferentes, quase todos cristãos e agricultores”.
E continuou: “E temos visto, pelo menos nos últimos 6 anos, ataques sistemáticos às suas aldeias por milícias Fulani que, depois de matarem e expulsarem as pessoas, tomam suas terras e se estabelecem nelas”.
“Então, estamos vendo um processo lento de tomada de uma região que costumava ser cristã e sua transformação em uma região muçulmana. Para as próprias milícias, elas ganham terras, propriedades, talvez dinheiro”, acrescentou.
‘A Igreja precisa acordar’
Segundo a CBN News, a Nigéria é frequentemente considerada pelos órgãos de fiscalização como o país mais mortal para os cristãos.
“Documentamos quase 10.000 assassinatos de cristãos, principalmente no norte e no centro do país”, afirmou Isaac Six, ex-diretor sênior de advocacia da Global Christian Relief (GCR), à CBN News.
“E, novamente, isso é violência sistemática sendo perpetrada e liderada por grupos como o Boko Haram e o Estado Islâmico da Província da África Ocidental, além de outros grupos armados”, acrescentou.
Por fim, Isaac destacou que os cristãos na América precisam entender a extensão do terror.
“A igreja nos Estados Unidos realmente precisa ouvir o quão horríveis algumas dessas histórias são. Não se trata apenas de violência. Não se trata apenas de assassinatos. São atrocidades brutais”, relatou ele.
E concluiu dizendo: “A igreja precisa acordar para algumas dessas coisas. Apenas uma parte dos cristãos nos Estados Unidos tem consciência do que está acontecendo”.
A Nigéria ficou em 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2025 como um dos lugares mais difíceis para ser cristão.