Nigeriana presa por criticar morte de cristã queimada é libertada após 500 dias

Rhoda Jatau foi acusada de blasfêmia por compartilhar um vídeo no WhatsApp, condenando o assassinato brutal de Deborah Yakubu.

Fonte: Guiame, com informações do The Christian Post Atualizado: segunda-feira, 18 de dezembro de 2023 às 15:30
Rhoda Ya'u Jatau. (Foto: Reprodução/Morning Star News/Facebook).
Rhoda Ya'u Jatau. (Foto: Reprodução/Morning Star News/Facebook).

A cristã Rhoda Jatau, de 45 anos, foi libertada após passar 19 meses na prisão, na Nigéria. Em maio de 2022, ela foi acusada de blasfêmia por criticar o assassinato brutal de Deborah Emmanuel Yakubu, uma estudante universitária cristã.

Depois de ter vários pedidos de fiança negados, um juiz do estado de Bauchi concedeu liberdade à mulher, pressionado por protestos internacionais.

De acordo com a ADF International, que está defendendo Rhoda no caso, a cristã perseguida está em lugar seguro enquanto aguarda julgamento. 

Acusada de “blasfêmia” por compartilhar um vídeo no Whatsapp que condena o assassinato de Deborah Yakubu, Rhoda poderá passar mais cinco anos na prisão se for considerada culpada.

"Estamos felizes em ver que Rhoda Jatau finalmente recebeu fiança depois de ter sido negada por tanto tempo", declarou Sean Nelson, consultor jurídico da ADF International, disse em comunicado.

E completou: “Ninguém deve ser punido por se expressar pacificamente, e os defensores internacionais da liberdade religiosa devem continuar a falar em nome de Rhoda. Continuaremos buscando justiça para Rhoda e temos esperança de que as acusações injustas contra ela sejam completamente retiradas”.

Em uma carta assinada por cinco relatores especiais, a ONU condenou a prisão da cristã e a classificou como uma “violação injusta dos direitos humanos”.

O documento ainda alertou o governo nigeriano de que as leis da blasfêmia violam as leis internacionais dos direitos humanos.

Sobre a acusação de blasfêmia e a prisão

Jatau compartilhou uma mensagem com colegas no condado de Warjique, que condenava a morte de Deborah, ocorrida no dia 12 de maio. 

Por ser cristã e defender uma cristã, os muçulmanos que viram a mensagem a acusaram de blasfêmia e tentaram matá-la. 

Agentes de segurança do Departamento de Serviços de Estado — polícia secreta da Nigéria — a prenderam no dia 20 de maio. Jatau foi encarcerada enquanto uma multidão muçulmana invadiu sua casa tentando matá-la, de acordo com o Morning Star News.

Perseguição extrema na Nigéria

Em 2022, a Nigéria liderou o mundo com 5.014 cristãos mortos por sua fé, segundo a Lista Mundial da Perseguição 2023 da Portas Abertas.

O país africano também ficou no topo da lista mundial em cristãos sequestrados (4.726), agredidos ou assediados sexualmente, casados ​​à força ou abusados ​​física ou mentalmente, e teve o maior número de casas e empresas atacadas por motivos religiosos.

No ano anterior, a Nigéria teve o segundo maior número de ataques a igrejas e deslocados internos.

Na lista de observação mundial de 2023 dos países onde é mais difícil ser cristão, a Nigéria saltou para o sexto lugar, sua classificação mais alta de todos os tempos, do 7º lugar no ano anterior.

“Militantes do Fulani, Boko Haram, Província do Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) e outros conduzem ataques a comunidades cristãs, matando, mutilando, estuprando e sequestrando para resgate ou escravidão sexual”, observou a Portas Abertas.

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