POPULAÇÃO: 2,7 milhões
CRISTÃOS: 367 mil
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo, hinduísmo, budismo, judaísmo e religiões étnicas
GOVERNO: Monarquia absolutista
LÍDER: Tamim bin Hamad al-Thani
POSIÇÃO: 29º na Lista Mundial da Perseguição
O Catar é conhecido oficialmente como um emirado do Oriente Médio. Emirado quer dizer chefiado por um emir — um descendente de Maomé. O emirado catariano é absolutista, comandado pela “Casa de Thani” desde meados do século 19.
É um país rico por causa do petróleo e do gás natural presente em suas terras, possuindo a terceira maior reserva mundial de gás. Mas, apesar de tanta riqueza, não é uma nação acolhedora e nem segura para quem deseja seguir os passos de Cristo.
No Catar existem dois tipos de cristãos: os nativos e os estrangeiros. Os nativos, normalmente, são ex-muçulmanos e considerados traidores. Os estrangeiros são trabalhadores migrantes, portanto, mais livres para seguir a sua fé. Mas existe uma regra: é proibido evangelizar. Em caso de desobediência, o cristão é deportado.
Apesar da relativa liberdade...
O Catar tem uma população maciça de trabalhadores migrantes. Uma estimativa recente indica que apenas 12% da população é nativa do Catar. Na teoria, os cristãos estrangeiros parecem até ser privilegiados mas, na prática, são maltratados e abusados.
Mesmo quando o governo fornece terras para os cristãos migrantes construírem igrejas, elas são frequentemente monitoradas e mantidas em áreas específicas.
Muitas vezes, as normas sociais dos países de origem se aplicam a eles em vez de normas culturais do Catar. Em alguns casos, eles podem evitar a pressão vivendo dentro de uma comunidade internacional, em vez da própria comunidade étnica.
No entanto, até mesmo os empregadores podem ser uma fonte de perseguição. Tanto nativos quanto migrantes ex-muçulmanos correm risco de discriminação, assédio e monitoramento policial. Além disso, a conversão do islã para outra fé não é oficialmente reconhecida e provavelmente levará a problemas legais em questões pessoais de status e propriedade.
“Neste país muçulmano, somos limitados em evangelizar abertamente. Mas ninguém pode nos impedir de falar com nossos colegas de trabalho e testemunhar a eles em nossas vidas cotidianas. Todos os dias, Deus nos dá oportunidades de mostrar seu amor aos outros”, disse o pastor Samuel, que cuida dos migrantes no Catar.
Situação das mulheres cristãs catarianas
As mullheres enfrentam restrições e limitações aos direitos humanos devido à sharia (conjunto de leis islâmicas). Elas são obrigadas a obedecer ao marido, serem vulneráveis à violência doméstica e restringidas legalmente de herdar metade do que um familiar masculino nas mesmas condições receberia.
Mulheres e meninas estão sujeitas à tutela dos familiares homens, o que significa que as autoridades não podem interferir no que acontece na casa da família. Isso é especialmente difícil para as mulheres convertidas ao cristianismo, pois as famílias têm autoridade para remover o direito de viajar, mantê-las em prisão domiciliar, negar-lhes acesso ao dinheiro e expulsá-las de casa.
Cristãs ex-muçulmanas podem ser forçadas a se casar com um homem muçulmano que deve humilhá-la para convertê-la de volta ao islã. Algumas podem até ser casadas à força com um de seus tios ou sobrinhos mais religiosos como uma segunda esposa, assim elas podem viver uma vida como escravas sexuais, privadas de qualquer comunidade ou respeito.
Empregadas domésticas que trabalham no Catar, muitas vezes, enfrentam assédio sexual ou trabalho escravo. Os maus-tratos aos trabalhadores migrantes, incluindo o abuso sexual, tornaram-se uma questão de muita importância a nível internacional.
Homens cristãos são vigiados
No Catar, os homens são mais visíveis na esfera pública e, portanto, estão à frente da interação com as autoridades. Os que estão na liderança cristã são obrigados a relatar detalhes das atividades da igreja.
Os homens cristãos ex-muçulmanos não são imunes à pressão doméstica. Quando a conversão se torna conhecida, a família pode ameaçar de tirar as esposas e os filhos e colocá-los com outra família. A fé cristã de um pai jamais deve ser compartilhada com um filho.
No local de trabalho, a pressão sobre os homens cristãos ex-muçulmanos é realmente forte. A perda do status e do emprego costuma afetar toda a família, por meio da perda de renda, perspectivas futuras de emprego e isolamento social.