Jim McCaffrey era casado, pai de cinco meninas, tinha um emprego e atuava como pastor quando recebeu o diagnóstico de autismo. A descoberta do transtorno neurológico, no entanto, o despertou para um ministério com pessoas com deficiência nos Estados Unidos.
Jim tinha uma vida normal, mas não conseguia durar em nenhum lugar por mais de dois anos. “Comecei a me perguntar o que estava acontecendo comigo e todos os empregos, igrejas e relacionamentos fracassados”, disse ele a Baptist Press.
Em 2017, Jim passou a pesquisar sobre seus sintomas comportamentais e se deparou com uma notícia sobre a história de Lamar Hardwick, um pastor da Geórgia (EUA) que descobriu aos 36 anos que estava no espectro do autismo. “Eu li aquela matéria umas 10 vezes, prestando cada vez mais atenção. O que Lamar escreveu poderia ser minha história”, conta.
Com a ajuda da esposa, que também mergulhou nas pesquisas, Jim percebeu que seu comportamento era muito semelhante ao de um autista. “Minha necessidade estranha de ter todos os cabides combinando no armário, ter minhas roupas organizada por cores e então divididas pelo tipo de roupa”, observa.
“Meus interesses específicos em coisas como répteis e a história das fábricas de tambores, que eu pesquisava por horas a fio, compartilhando informações muito aleatórias com outras pessoas em momentos estranhos. E não podemos esquecer minha horrível incapacidade de me adaptar às mudanças, minhas rotinas diárias que devem acontecer, meu pensamento muito rígido e lógico, e uma infinidade de outros comportamentos estranhos”, continua.
Em 2 de outubro de 2017, aos 36 anos, o psicólogo de Jim confirmou sua suspeita: ele estava no espectro do autismo. “Ter um diagnóstico me ajudou a me ajustar para não continuar o ciclo de empregos perdidos e relacionamentos prejudicados”, comenta.
Jim é pastor da Igreja Batista Gunpowder, na cidade de Freeland, em Maryland. Por meio do diagnóstico, ele começou a falar sobre deficiência na igreja e ampliou o ministério de deficientes. Através de seu testemunho, a igreja começou a se concentrar em alcançar a comunidade de pessoas com necessidades especiais.
“Passei a acreditar que Deus me permitiu estar com autismo para mostrar que Deus ama e usa todos os tipos de pessoas, mesmo aquelas com deficiências, para mostrar o poder e a glória de um grande Deus”, destaca.
Jim reconhece que há dias em que é difícil lidar com o autismo, mas entende que Deus pode usar uma pessoa apesar de suas dificuldades. “Depois de muitos anos de luta para descobrir onde ‘me encaixo’, acredito que, por meio do meu diagnóstico e deficiência, Deus me mostrou onde posso servi-Lo da melhor maneira. Eu acredito que é através do ministério da deficiência”.