Pastor do Irã que já foi condenado à morte enfrenta nova acusação

Yousef Nadarkhani, preso diversas vezes por evangelizar e liderar igrejas, foi acusado de “agir contra a segurança nacional”.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian PostAtualizado: quinta-feira, 13 de julho de 2023 às 13:33
Yousef Nadarkhani já foi preso diversas vezes por liderar igrejas domésticas. (Foto: Christian Solidarity Worldwide).
Yousef Nadarkhani já foi preso diversas vezes por liderar igrejas domésticas. (Foto: Christian Solidarity Worldwide).

O pastor iraniano Yousef Nadarkhani está enfrentando novas acusações de “agir contra a segurança nacional”, após ser libertado recentemente da prisão.

De acordo com a Christian Solidarity Worldwide (CSW), Yousef e outro pastor, Matthias (Abdulreza Ali) Haghnejad, foram acusados de tentar minar a segurança do Estado por um casal de sua igreja, a Church of Iran.

A suspeita é que o casal, identificado como Ramin Hassanpour e sua esposa Saeede Sajadpour, tenha sido pressionado pela polícia para acusar falsamente os pastores.

“[Essas acusações] supostamente surgiram depois que pressão psicológica foi exercida sobre seus acusadores, que apenas conhecem um dos pastores. Isso por si só deveria tornar essas alegações não confiáveis ​​e inadmissíveis”, afirmou Mervyn Thomas, presidente da CSW, em comunicado.

Ameaças

Segundo a organização, que defende cristãos perseguidos pelo mundo, o casal foi coagido a incriminar os líderes, sob a ameaça de seus filhos serem levados embora pelas autoridades.

O pastor Yousef disse que tem apenas uma vaga lembrança do casal de membros, por passar anos na prisão. Já o pastor Matthias afirmou que nunca os conheceu.

Yousef Nadarkhani foi intimado a comparecer no tribunal no último sábado (8). Matthias Haghnejad enfrenta as mesmas acusações e já está detido por outras acusações de 2014, que já havia sido absolvido.

“Esses homens estão claramente sendo submetidos a assédio planejado devido a seus papéis de liderança na igreja, em violação de uma decisão da Suprema Corte de novembro de 2021, de que ‘meramente pregar o cristianismo’ não deve ser considerado uma ameaça à segurança nacional”, denunciou Mervyn.

A Christian Solidarity Worldwide pediu que as falsas acusações contra os pastores sejam retiradas.

"A CSW reitera nosso apelo para que o Irã respeite, proteja e cumpra o direito à liberdade de religião ou crença para todos os cidadãos, conforme articulado no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, do qual é signatário”, declarou Mervyn.

Perseguido pelo governo

O pastor Yousef tem enfrentado perseguição do governo iraniano há anos. Ele já foi condenado à morte por “apostasia”. No início deste ano, ele foi perdoado como parte da anistia anual do país.

Porém, o líder foi condenado a três anos de prisão por evangelizar e liderar igrejas domésticas. Em 2012, ele foi libertado. Em 2016, o pastor foi preso novamente, após policiais invadirem sua casa de madrugada e o espancarem em frente a sua família.

No ano seguinte, Yuousef foi condenado a 10 anos de detenção, junto com três membros de sua congregação.

Conforme a Missão Portas Abertas, apesar da intensa perseguição, a Igreja clandestina no Irã continua crescendo de forma extraordinária.

Mas, iraniano que deixam o islã para seguir a Cristo enfrentam constante opressão do governo. 

Líderes de grupos cristãos convertidos, bem como membros de outras denominações que os apoiam, foram presos, processados ​​e receberam longas sentenças de prisão por 'crimes contra a segurança nacional'”, afirmou a Portas Abertas.

O Irã ocupa a 8ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023 da Portas Abertas, de países mais difíceis para ser um cristão.

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