Recentemente, o líder cristão argelino Ourahmane foi sentenciado a dois anos de prisão e exílio, além de uma multa de 100 mil DZD (aproximadamente 725 dólares ou cerca de 3.600 reais).
Segundo a organização Middle East Concern, Ourahmane foi acusado de organizar reuniões religiosas e cultos não autorizados em um edifício que também não tem permissão para realizar atividades religiosas.
Além de cuidar de diversas igrejas, o líder cristão também supervisiona algumas escolas cristãs na Argélia. Ele recebeu o veredito em meados de setembro e a audiência para nova avaliação da sentença foi marcada para o dia 19 de novembro deste ano.
Conforme a Portas Abertas, mais de 45 igrejas protestantes lutam pela própria existência e continuidade em meio a injustiça e violações da liberdade religiosa na Argélia.
Situação dos cristãos na Argélia
O país fica na África do Norte e faz parte do Magrebe, que representa o extremo ocidental do mundo árabe. A União do Magrebe, criada em 1989, é uma organização comercial que inclui também: Marrocos, Tunísia, Líbia e Mauritânia.
A maioria dos cristãos que vivem por lá é de ex-muçulmanos e eles costumam enfrentar assédio, espancamentos, ameaças e prisão, bem como pressão para voltar aos costumes islâmicos. O islã mantém um controle firme sobre o país devido ao crescimento do movimento salafista.
O salafismo é um movimento ortodoxo, internacionalista e ultraconservador dentro do islamismo sunita. A doutrina pode ser resumida por ter uma abordagem fundamentalista do Islã, venerando o profeta Maomé e seus primeiros seguidores.
As leis que regulam a adoração não muçulmana proíbem qualquer coisa que “abale a fé de um muçulmano”, ou seja, usada como “meio de sedução com a intenção de converter um muçulmano a outra religião”. Resumindo, na Argélia é proibido evangelizar, falar de Jesus ou ler a Bíblia em público.