Governo fecha igrejas na Argélia, mas Evangelho continua se espalhando

Sem direito de adorar nos templos, os cristãos argelinos se reúnem em casas, clandestinamente.

Fonte: Guiame, com informações de Mission Board InternacionalAtualizado: terça-feira, 28 de março de 2023 às 13:38
Os cristãos argelinos continuam se reunindo, agora em casas, clandestinamente. (Foto: Open Doors).
Os cristãos argelinos continuam se reunindo, agora em casas, clandestinamente. (Foto: Open Doors).

Na Argélia, país muçulmano do norte da África, só restam oito igrejas abertas, após uma campanha do governo contra igrejas protestantes.

Mesmo com o fechamento de templos e a dificuldade de registrar grupos religiosos no país, os cristãos argelinos permanecem firmes na fé e o Evangelho continua se espalhando, segundo Yemathen*, um líder cristão local, do ministério A3.

“É tão triste saber que os prédios [da igreja] estão fechados, porque muitas famílias se reúnem e também estão ajudando as crianças a crescerem juntas e ensiná-las na escola dominical”, comentou Yemathen, à Mission Network News.

Mas, testemunhou: “O governo não pode fazer outra coisa senão fechar os prédios. As igrejas realmente estão se formando em lugares diferentes”.

Agora clandestinas, as igrejas estão se reunindo em casas. “Os jovens e os jovens adultos têm suas próprias atividades e trabalham juntos em seus próprios programas. Infelizmente, eles não conseguem [fazer] isso nas igrejas domésticas”, lamentou o líder.

Yemathen relatou que, apesar da perseguição, o cristianismo continua se multiplicando no país islâmico.

“As igrejas ainda estão crescendo. O impacto ainda é o mesmo. O Evangelho está se espalhando. Enquanto o governo está tentando fechar todas as igrejas, porque acredita que os cristãos não têm o direito de existir em um contexto muçulmano, essas igrejas floresceram e cresceram ao longo dos anos, apesar das dificuldades e da dura perseguição que o governo os causou”, declarou.

“Preferem carregar a cruz”

A maioria dos cristãos argelinos são ex-muçulmanos. Embora corram risco por sua nova fé, eles escolhem seguir a Cristo.

“Há um testemunho ousado desses cristãos porque, ao longo dos anos, eles descobriram que o governo ou as escolas mentiram para eles sobre a verdade. Agora que descobriram Jesus Cristo, eles falam abertamente sobre sua fé e acreditam que Deus designou esses tempos para serem libertados”, explicou Yemathen.

E acrescentou: “Vários cristãos calcularam o custo e preferem carregar a cruz, por mais difícil que seja para eles, até o ponto de perder a vida. Eles ainda consideram seguir a Jesus melhor do que qualquer outra coisa”.

O líder pediu orações pelos irmãos argelinos, para que Deus os fortaleça em meio às provações.

“Os cristãos na Argélia estão passando por momentos difíceis. Acho que uma maneira de orar pelos argelinos é que continuem a ter esse testemunho ousado, mas também interceder com eles, adotá-los em orações, elevá-los ao Senhor em oração para que continuem a resistir às provações e as dificuldades, não importa o que isso levará em termos de perseguição”, afirmou.

A Argélia ocupa o 19º lugar da Lista Mundial de Perseguição da Missão Portas Abertas. Os cristãos no país sofrem discriminação e assédio da família, amigos e do governo.

“Eles acreditam que a única religião que deveria existir e tem o direito de existir na Argélia é a religião muçulmana. Politicamente, diriam que estão abertos aos cristãos, mas da maneira que eles entendem que deveria ser e com limitações”, observou Yemathen.

*Nome alterado por razões de segurança.

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