Uma pesquisa recente feita nos Estados Unidos revelou que cada vez menos cristãos participam de pequenos grupos.
O estudo da Lifeway Research, divulgado no mês passado, descobriu que apenas 44% dos fiéis participam de um pequeno grupo em sua igreja.
O número representa uma queda em relação a anos anteriores, em que 49% dos cristãos frequentavam um grupo nos lares em 2010, e 50% em 2008.
Os dados foram coletados em setembro de 2022, através de entrevistas com mil pastores protestantes.
De acordo com o relatório, a causa da diminuição da participação em pequenos grupos foi a pandemia da Covid-19.
“À medida que as igrejas continuam a ministrar após a pandemia, muitas acham cada vez mais difícil aumentar seus pequenos grupos”, afirmou o estudo.
Líderes de diversas igrejas falaram sobre o declínio dos membros em grupo nos lares e destacaram sua importância para a promover a comunhão entre cristãos, em entrevista ao The Christian Post.
Importância dos pequenos grupos
Para Johnny Blevins, pastor sênior da Igreja Batista de Elkin Valley, na Carolina do Norte (Estados Unidos), os pequenos grupos são necessários para o desenvolvimento da igreja.
“Quanto à sua importância, acredito que sejam essenciais para conectar os membros e tornar a igreja verdadeiramente uma família. Descobri que pequenos grupos (seja escola dominical tradicional ou em casa) são a cola que mantém as pessoas envolvidas e conectadas. A grande maioria das pessoas que saem da nossa igreja não estão ligadas a um pequeno grupo”, pontuou ele.
Blevins citou alguns motivos da pouca participação nos pequenos grupos. “Uma questão é cuidar das crianças, e é por isso que a escola dominical tradicional funciona melhor para alguns. A outra razão pela qual as pessoas não se envolvem parece ser apenas ocupação e uma falha em valorizá-los”.
John Reichart, pastor associado da The Experience Vineyard Church, em Nova York, concorda que pequenos grupos mantêm todos os membros unidos em um só corpo.
“Pequenos grupos, bem liderados, são o motor do desenvolvimento do caráter, discipulado, orientação e liderança em uma igreja local. É difícil ver como qualquer igreja pode florescer a longo prazo sem essa estrutura”, afirmou.
“Jesus, com seus 12 [discípulos] e seus três em particular (Pedro, Tiago e João), nos deu o modelo”.
Lois Nash, pastora da Open Door Church Ambientes, lembrou que “pequenos grupos fornecem relacionamentos que promovem o crescimento e a saúde espiritual”.
A líder ressaltou que, em um mundo corrido, as igrejas precisam ser criativas na forma de organizar os grupos nos lares.
“Por exemplo, algumas igrejas optam por um esquema geográfico, enquanto outras desenvolvem seus grupos em torno de interesses compartilhados ou oportunidades de ministério. Seja como for, pequenos grupos são de vital importância para uma igreja saudável”, disse Lois.
O diretor executivo da Lifeway Research, Scott McConnell, declarou que a nova pesquisa traz um alerta para a Igreja.
“Grupos e relacionamentos centrados na Palavra de Deus unem uma congregação e motivam as pessoas a trabalharem juntas na missão da igreja. Igrejas com poucas pessoas participando de grupos não estão em uma posição saudável para fazer mais discípulos”, concluiu.