A chefe da divisão da União Civil de Americanos da Geórgia anunciou sua renúncia sobre o apoio do grupo que luta em prol do banheiro transgênero. A causa tem o apoio do presidente Barack Obama. Maya Dillard Smith renunciou sua posição na última quinta-feira (2), afirmando que ela chegou à essa conclusão em detrimento dos direitos de privacidade das mulheres, depois que suas filhas estiveram em um banheiro com três mulheres transexuais.
"Se o nosso objetivo é fazer avançar os direitos de igualdade dos transgêneros, como é que vamos fazer isso e fazer avançar os direitos de todas as pessoas?" disse Smith, conforme relatado no WXIA Canal 11.
"Se tivermos banheiros onde todos os gêneros são permitidos, o que vamos fazer sobre as mulheres, que sobreviveram a um estupro? Não seria traumático para elas compartilhar um banheiro público onde elas ficariam nuas na frente de homens?”, questionou.
Em maio, o presidente Obama emitiu uma diretiva dizendo que as escolas públicas permitissem que os alunos transexuais pudessem usar o banheiro referente a sua identidade de gênero, em vez de seu sexo biológico. Em uma entrevista com BuzzFeed no mês passado, Obama argumentou que tal medida era necessária para proteger a dignidade das pessoas transexuais.
"Estamos falando de crianças, e qualquer um que foi na escola, esteve na escola, ou que tem sido um pai, eu acho que deve perceber que as crianças que, em sua minoria, têm uma orientação sexual diferente ou são transgêneras, são sujeitas a um monte de bullying. São crianças vulneráveis", disse Obama.
"Eu acho que é parte da nossa obrigação, como sociedade, é se certificar de que todo mundo é tratado de forma justa e que nossos filhos sejam amados e que eles sejam protegidos e que sua dignidade seja afirmada".
A diretiva suscitou muita oposição dos conservadores políticos, bem como uma ação movida por vários estados argumentando que ela foi um exemplo de “engano” federal. Por outro lado, a organização nacional ACLU afirmou que eles apoiariam plenamente a diretiva e a unidade global para permitir que indivíduos transgêneros utilizassem as instalações de sua escolha.
"Quando se trata de espaços e atividades do mesmo sexo, a ACLU tem uma posição clara: as pessoas transexuais podem utilizar as instalações e participar de atividades que correspondem quem eles são", escreveu James Esseks da ACLU.
"Acreditamos que esta não seja a resposta certa a partir de um ponto de vista humano, mas também que seja exigida legalmente pelas proibições legais e constitucionais sobre discriminação sexual", relatou.
O Incidente
Em uma entrevista recente com o Atlanta Journal Constitution, Smith explicou que seu desconforto resultou de um incidente, quando suas filhas compartilharam um banheiro em Oakland, Califórnia, com três mulheres transexuais.
"Minhas filhas estavam visivelmente assustadas. Eu estava com medo. E eu mal estava preparada para responder às suas perguntas", explicou Smith. "Estive fazendo essas mesmas perguntas, e agora eu quero levantar uma conversa honesta sobre elas".
Antes da sua demissão, Smith postou um vídeo no YouTube no mês passado expressando suas ideias em relação a indivíduos transgêneros usando o banheiro que corresponde com a sua identidade de gênero.