O líder de uma igreja coreana no Canadá, Hyeun-soo Lim, havia sido condenado à prisão perpétua com trabalho forçado. Mas ele foi libertado nesta quarta-feira (9), segundo uma agência de notícias estatal. A sentença foi dada em dezembro de 2015 pelo Tribunal Supremo do país, sob inúmeras acusações, incluindo uma tentativa de "derrubar o Governo". Ele estava preso na Coreia do Norte desde fevereiro de 2015.
Sua libertação ocorreu semanas depois que o estudante norte-americano Otto Warmbier, de 22 anos, morreu em casa, sete dias depois de ter sido liberado tardiamente, após sua prisão de 15 meses por roubar uma pequena bandeira de seu hotel de Pyongyang.
Ainda existem três coreanos detidos no país, dois dos quais ensinaram na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang - Tony Kim e Kim Hak Song. Tony Kim, assim como Hyeun-Soo Lim, estava envolvido com o trabalho em orfanatos, e por foi preso. O terceiro, Kim Dong Chul, empresário nascido na Coreia do Sul e naturalizado cidadão dos Estados Unidos, está cumprindo uma sentença de 10 anos de trabalho forçado por "espionagem".
Enquanto isso, um homem norte-coreano, Kim Seung-mo, 61, foi preso no início de junho sob acusações de "espionagem" depois de encontrar familiares cristãos na China.
Ajuda humanitária
Hyeun-Soo Lim é pastor da Light Presbyterian Church em Toronto. Ele visitou a Coreia do Norte mais de 100 vezes para distribuir ajuda humanitária para lares, creches e orfanatos. Sua família tinha ficado preocupada em 2015, quando o governo do Canadá falhou nas tentativas de garantir a liberação. Mas sua liberdade foi dada dia depois que um enviado especial do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, chegou a Pyongyang.
A igreja de Lim perdeu contato com ele em janeiro de 2015, acreditando que ele havia sido colocado em quarentena como parte da tentativa do governo de impedir a propagação do Ebola. Em fevereiro de 2015 foi revelado que o pastor tinha sido preso e acusado de caluniar a liderança norte-coreana e seu sistema de governo. Ele foi acusado de tentar derrubar o país e estabelecer um Estado religioso.
Durante uma conferência de imprensa em julho de 2015, Lim foi forçado a ler uma confissão pública. Normalmente, a Coreia do Norte se pronuncia semanas após essa "confissão", mas desta vez, demorou cinco meses. "Muito provavelmente, os esforços diplomáticos para garantir a liberação de Lim falharam", disse o site World Monitor Monitor em dezembro de 2015.
Dificuldades
Uma fonte, que não pode ser nomeada por razões de segurança, disse que a Coreia do Norte provavelmente esperaria tirar mais proveito das negociações. "Pastores como Lim, que vieram muito a Coreia do Norte não podem ser facilmente libertados. A menos que o Canadá faça uma oferta, então a Coreia do Norte não pode recusar", havia dito na época.
Lim estava envolvido em ajuda humanitária. Acredita-se que sua prisão e sentença não tiveram impacto na rede da igreja, "mas um caso como este indigna o governo norte-coreano", disse a fonte. "Os cristãos norte-coreanos poderiam ser tratados com mais severidade se estivessem expostos". Desde a prisão do líder, a Coreia do Norte aplicou uma política de vistos mais rígida. No mês passado, após a morte de Otto, os EUA pediram que nenhum cidadão local tivesse permissão para visitar a Coreia do Norte.