Ocupando o 1° lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP), durante 20 anos, a Coreia do Norte sempre exerceu uma enorme pressão sobre a vida dos cristãos, chegando ao nível máximo.
Conforme a Portas Abertas, o relatório mais atual apresentou a maior pontuação atingida pelo país, em todas as 30 edições da LMP.
“O recorde de 98 pontos, mesma pontuação do Afeganistão na LMP 2022, reflete os efeitos da lei do ‘pensamento anti-reacionário', que aumentou o número de cristãos presos e de igrejas domésticas secretas descobertas e fechadas”, explica a organização.
A lei proíbe o contato com qualquer material estrangeiro e considera um crime grave possuir uma Bíblia. Por isso, cristãos encontrados com Bíblias e outras literaturas cristãs, impressas ou em aparelhos eletrônicos, são presos imediatamente.
Lei do Pensamento Anti-Reacionário
A “Lei do Pensamento Anti-Reacionário”, de 2021, pune qualquer pessoa que reaja contra o governo ou que se oponha às mudanças propostas pelas autoridades. Pensamentos e produtos externos são expressamente proibidos na Coreia do Norte.
Esse é o tipo de lei que tira o mínimo de liberdade que a Igreja clandestina poderia ter ao organizar seus cultos e reuniões de oração. Para o governo, o termo “reacionário” aponta para pessoas que se posicionam contra o espectro político de esquerda, no caso, o comunismo e a ditadura.
Destino dos cristãos perseguidos
Em solo norte-coreano o cristão que é flagrado “cometendo o crime de adorar a Deus” só tem dois destinos: a execução ou passar a vida em campos de trabalho forçado, onde é submetido a diversas violações dos direitos humanos.
Se não for executado, o cristão viverá sendo torturado, passando fome e sofrendo violência sexual até o último dia de sua vida. Vale lembrar que os familiares recebem a mesma sentença, mesmo que sejam inocentes.
“Os cristãos sempre foram os principais alvos dos ataques do regime. Os líderes querem apagar totalmente a presença cristã no país. Somente a família Kim pode ser adorada e não há espaço para outros deuses”, disse o cristão Timothy Cho (pseudônimo), um fugitivo da Coreia do Norte.
As igrejas existentes na capital norte-coreana, Pyongyang, não passam de uma fachada, ou seja, são meros recursos de propaganda do governo para garantir a “impressão” de liberdade religiosa.