Uma empresária cristã da Pensilvânia (EUA) que enfrentou ameaças de morte fechará permanentemente as portas da sua loja de vestidos de noivas, devido à forte probabilidade do município onde ela mora aprovar uma lei que proíba a "discriminação com base na orientação sexual" - e isso inclui o atendimento de profissionais, como ela a estas cerimônias.
A loja 'W.W. Bridal', em Bloomsburg, Pensilvânia, fez manchetes em 2014 e posteriormente em 2017 por causa da recusa de seus donos cristãos em vender vestidos de casamento para casais do mesmo sexo. A dona do estabelecimento anunciou que fechará oficialmente no dia 30 de março.
Sócia da loja, Lisa Boucher, que possui a loja junto com sua mãe e duas irmãs, disse a The Christian Post na segunda-feira que há vários motivos para a decisão da família de fechar a loja.
O principal deles é a alta probabilidade de a Câmara Municipal de Bloomsburg aprovar uma normativa, proibindo as lojas e outros locais de acomodação pública de se recusar a fechar negócios com base na orientação sexual dos clientes, independentemente das suas crenças religiosas.
Boucher disse que a ordenança potencial é semelhante a uma iniciativa que não conseguiu ser aprovada pelo conselho em 2014.
"Então, o que eles (a comunidade LGBT) fizeram foi conseguir pessoas suficientes para concorrer ao conselho da cidade e eles tinham muitos jovens [da Universidade de Bloomsburg] para votar nesses membros para que uma lei pudesse ser aprovada", explicou Boucher à CP. "Nós realmente temos um documento do Comitê Democrático aqui praticamente dizendo que haverá uma briga com W.W. Bridal".
Boucher assegurou que não haverá isenção religiosa prevista na nova ordem.
"Eu acho que o que aconteceria é que um cliente entraria e, uma vez que os negássemos, eles nos processariam", afirmou. "Você sabe como isso acontece com outros [negócios]".
Em outros estados, diversos empresários cristãos enfrentaram multas exorbitantes que os forçaram a sair do mercado por recusarem o serviço a casamentos gays. No estado de Oregon, um casal cristão, dono de uma confeitaria foi multado em US$ 135.000 por se recusar a fazer um bolo para um casamento gay.
Em vez de violar as convicções de sua fé cristã, vendendo vestidos de noiva para casais do mesmo sexo, Boucher e sua família decidiram preventivamente, fechar sua loja e colocar o futuro nas mãos de Deus.
Em uma publicação no Facebook, segunda-feira, a loja citou a passagem bíblica de Mateus 19:4 para justificar sua decisão de permanecer fiel aos princípios bíblicos tradicionais.
"Esta é a razão pela qual apenas contribuímos para o casamento bíblico", explica o post. "Temos o direito que Deus e a Constituição nos dão para viver nossas vidas de acordo com a nossa fé. Não seremos forçados pelo governo, ordenanças locais ou agressores a participar de algo que vá contra a nossa fé".
Outra razão para o fechamento é o fato de que tantas críticas falsas em sites como o 'Yelp' prejudicaram a empresa.
"O que eles dizem para fazer é entrar no Google ou Yelp e publicar críticas falsas. Nós somos uma empresa de apenas uma estrela desde 2014, porque esconderam todos os nossos comentários positivos na nossa página foram apagados e eles apenas levantam expoem os comentários negativos", disse Boucher. "Essas pessoas nem sequer entraram em nossa loja. É realmente difícil promover um negócio quando há alegações falsas por aí".
Por causa da recusa da loja de vender vestidos para casamentos do mesmo sexo, Boucher e sua família enfrentaram uma variedade de ameaças diferentes através da mídias sociais, e-mail e telefone desde 2014. As ameaças iam desde queimar sua loja até matar a família da empresária com tiros na cabeça.
No verão passado, a loja fechou temporariamente ao público e só aceitava encomendas em particular, porque os ataques se tornaram frequentes.
Boucher explicou que sua família não tem planos para a próxima etapa de suas vidas.
"Estamos fechando e esse é o nosso meio de vida", disse ela. "Neste ponto, não temos nenhum plano sobre o que fazer no futuro. Estamos descansando na Palavra de Deus e esperando que Ele nos abra novas portas. Tenho certeza que Ele tem bênçãos e nos levará aonde ele quiser que sirvamos, seja em nossa igreja ou voluntariamente em algum local".
Uma página de 'vaquinha online' foi lançada para apoiar os funcionários e donos da loja que está fechando durante esse período de incerteza em suas vidas.