Um homem cristão foi condenado à morte no Paquistão por supostamente insultar o Profeta Maomé. Nadeem James, de 35 anos, foi condenado pelas violentas leis da blasfêmia do país na última sexta-feira (15) com seu advogado, Riaz Anjum, dizendo que ele estava preso.
James estava na cadeia desde julho do ano passado. Antes de ir para a prisão, ele foi acusado de enviar um poema para seu amigo pelo aplicativo Whatsapp, onde supostamente havia sido “desonesto” sobre o profeta islâmico.
Mas o advogado de defesa, Anjum, disse à agência de notícias AFP que ele estava sendo falsamente acusado porque seu amigo estava irritado com um caso que James, um cristão, teria supostamente com uma mulher muçulmana.
"James recebeu uma sentença de morte no tribunal na última sexta-feira com acusações de blasfêmia", disse ele. "Meu cliente irá apelar a sentença no tribunal, pelo fato dele ter sido denunciado por seu amigo, que estava irritado com o caso de James com uma moça muçulmana".
Condenado à morte
Sob as leis de blasfêmia do Paquistão, qualquer acusado de insultar o Islã pode ser condenado à morte. Os grupos de direitos humanos e as instituições que lidam com a perseguição cristã dizem que a lei é usada para resolver problemas pessoais e execuções extrajudiciais contra minorias religiosas.
Houve pelo menos 67 assassinatos sobre alegações não comprovadas de blasfêmia desde 1990, de acordo com dados de um centro de pesquisa e registros independentes mantidos pela Reuters. No início deste mês, um adolescente cristão foi espancado até a morte por seus colegas de classe que são muçulmanos.
Sharoon Masih, de 17 anos, foi maltratado por colegas na sala de aula no distrito de Vehari, em Punjab, no Paquistão, apenas alguns dias depois de entrar na nova escola e ser percebido como estudante cristão. A lista de perseguição cristã emitida pelo Ministério Portas Abertas coloca o Paquistão como a quarta região onde se é mais difícil de ser cristão.