Ataque no Paquistão deixa 69 mortos e 341 feridos: “O alvo foram os cristãos"

A facção do Talibã Jamaat-ul-Ahrar anunciou que foi responsável pelo ataque, e afirmou que o alvo foi a minoria cristã do país, que é de maioria muçulmana.

Fonte: Guiame, com informações de G1Atualizado: segunda-feira, 28 de março de 2016 às 11:53
Mulher segura criança que ficou ferida em atentado em parque de Lahore. (Foto: Arif Ali/AFP)
Mulher segura criança que ficou ferida em atentado em parque de Lahore. (Foto: Arif Ali/AFP)

Um ataque causado pela explosão de uma bomba na cidade de Lahore, na província de Punjab, no Paquistão, deixou pelo menos 69 pessoas mortas e 341 feridos na manhã deste domingo (27), segundo a CNN.

A explosão aconteceu na área de estacionamento de um parque público da cidade, a poucos metros dos balanços para crianças. Segundo Muhammad Usman, uma autoridade da cidade de Lahore, há 50 crianças e várias mulheres em "estado crítico" entre os feridos.

A facção do Talibã Jamaat-ul-Ahrar anunciou que foi responsável pelo ataque, e afirmou que o alvo foi a minoria cristã do país, que é majoritariamente muçulmano.

"O alvo foram os cristãos", disse um porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan. "Nós quisemos mandar essa mensagem para o primeiro-ministro Nawaz Sharif, de que nós entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos parar. Nossos homens-bomba vão continuar com esses ataques".

O parque estava particularmente movimentado no domingo, devido ao fim de semana da Páscoa. Quando a poeira baixou após a explosão, testemunhas disseram ter visto partes de corpos espalhadas pelo estacionamento.

"A maioria dos mortos e feridos eram mulheres e crianças", disse Mustansar Feroz, superintendente de polícia da região onde fica o parque.


Vítima da explosão sendo socorrida depois que uma bomba explodiu em um parque público no Paquistão (Foto: Arif Ali/ AFP) 

Religião oprimida

Cristãos e outras minorias religiosas têm sido atacados com frequência no Paquistão por muçulmanos extremistas ao longo dos anos. Os cristãos acusam o governo do país de poucos esforços para protegê-los.

O Paquistão foi listado como o sexto país no ranking de perseguição religiosa em 2016, pela Missão Internacional Portas Abertas. O grupo observa que, em 2015, o nível de perseguição cristã subiu para seu nível mais alto de todos os tempos no Paquistão.

Em dezembro do ano passado, a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional afirmou que o Paquistão representa "uma das piores situações do mundo para a liberdade religiosa", e recomendou que o governo americano o classifique como um "país de preocupação particular".

No relatório emitido em 2014 pelo Departamento de Estado dos EUA, sobre a "Liberdade Religiosa Internacional", o governo paquistanês foi acusado de falhar nas investigações, detenções e processos contra os responsáveis ​​pelos abusos de liberdade religiosa promovidos em um ambiente de impunidade.

"As políticas do governo não garantem uma proteção igualitária aos membros de grupos religiosos minoritários. Devido à legislação discriminatória, como as leis de blasfêmia, as minorias, muitas vezes, têm medo de professar livremente suas crenças religiosas", aponta o relatório.

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