Cristão foi forçado a matar bebê como tortura em prisão da Coreia do Norte

Sobreviventes das torturas realizadas nas prisões da Coreia do Norte revelaram as atrocidades que sofreram.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 9 de outubro de 2018 às 20:06
Cristãos são trancados em celas minúsculas. (Foto: Portas Abertas EUA).
Cristãos são trancados em celas minúsculas. (Foto: Portas Abertas EUA).

Sobreviventes cristãos de campos prisioneiros da Coreia do Norte descreveram a agonizante tortura que sofreram. Eles revelaram que foram forçados a entrar em minúsculas jaulas onde não podiam se deitar ou levantar. Eles também testemunharam guardas forçando um prisioneiro a matar um bebê.

Uma mulher cristã, conhecida pelo nome de Hea Woo (nome fictício), disse à Portas Abertas dos USA que sua filha morreu de fome em 1997 em meio à grande fome da Coreia do Norte. Seu marido mais tarde fugiu para a China, onde se tornou cristão, mas foi capturado e enviado para um campo de prisioneiros norte-coreano, onde morreu.

Assim como seu marido, Woo também fugiu para a China, mas foi capturada e enviada de volta à Coreia do Norte, onde foi imediatamente colocada em um campo de prisioneiros. Ela recordou de muitos relatos perturbadores e de torturas que foi submetida.

"Havia diferentes setores de trabalho dentro da prisão", disse a mulher. "Alguns faziam agricultura, alguns faziam obras de construção, outros faziam mineração. Homens e mulheres eram separados, todos os internos pareciam estar prestes a desmaiar. Eles estavam desesperados”, explicou.

“Além disso, estavam famintos. Uma pessoa recebeu um punhado de milho podre e não havia mais nada para comer. Tínhamos algo aguado, mas não dava nem mesmo para uma sopa. Conseguimos isso como alimento para o ano todo. Nada mais", ressaltou.

Os prisioneiros não eram apenas obrigados a trabalhar, mas tinham que trabalhar em condições extremas, levando eles à morte. "Havia um grupo distinto composto apenas de pessoas que tentavam escapar da prisão. Aquelas pessoas tinham que carregar vasilhas cheias de fezes”, disse ela.

“Os recipientes eram feitos de madeira grossa, e eram tão pesados que até duas pessoas tinham dificuldades de carregar. Todos os dias, independentemente do tempo, apesar das fortes chuvas e das nevascas, eles não tinham permissão para fazer pausas. Isso realmente ameaçava a vida com o cheiro das fezes e do ar venenoso", descreveu.

Ela explicou que muitos morreram na prisão, e todos estavam à beira da morte devido à fome e maus-tratos pelos guardas da prisão. Woo ainda disse que os prisioneiros estavam com muita fome, pois mal recebiam qualquer coisa para comer.

"Quando as vacas passavam na rua e defecavam, as pessoas procuravam por grãos de milho no excremento e os pegavam para comer", lembra ela. Hannah, outra prisioneira cristã, disse no mesmo artigo que os seguidores de Cristo foram colocados em pequenas jaulas e isolados dos outros, incapazes de se levantar ou mesmo de se deitar.

"Fomos separadas por sexo. Minha filha e eu fomos colocadas na ala feminina e meu marido e filho, que era apenas um adolescente, em uma cela com homens. Pouco depois de entrarmos no campo, vimos guardas forçarem um prisioneiro a assassinar um bebê", lembrou Hannah.

"Quase todos os dias, todos nós éramos chamados para interrogatórios e perguntas. Eles nos espancavam tão duramente. Quando não havia interrogatório, precisávamos nos ajoelhar em nossas celas das 5h às 12h e não falar", lembrou.

Woo acrescentou que a coisa mais difícil para ela não era a brutalidade física, mas de não ter a liberdade de orar a Deus. "Nós não podíamos orar livremente, mas eu ainda orava em meu coração. Quando as pessoas dormiam, eu acordava para orar. Era tão lamentável que não tivéssemos liberdade de fé. Eu realmente ansiava pela liberdade", disse ela.

Nos casos em que ela foi capaz de orar, Woo orou não apenas por si mesma, mas por toda a igreja clandestina.

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