Atualmente, os cristãos chineses enfrentam uma verdadeira luta para manter a fé, com um nível de perseguição que cresce a cada ano. Em 2023, o país foi classificado em 16º lugar na Lista Mundial da Perseguição.
Por lá, milhares de seguidores de Cristo são assediados, presos e torturados por causa da fé. As igrejas domésticas são vigiadas ao ponto de receberem policiais como “hóspedes”.
Foi o que aconteceu com o pastor Dai Zhichao, da Igreja Early Rain Covenant. Sua atuação como líder cristão passou a ser conhecida das autoridades, então ele e sua família passaram a ser assediados.
Oficiais à paisana vandalizaram a frente de sua casa, fazendo ameaças e deixando avisos em sua porta.
Sobre a atuação do pastor
O ministério de Dai na China ficou mais evidente quando ele foi “flagrado” liderando um pequeno grupo, conhecido como Tashui, numa manhã de domingo de 2021.
Na ocasião, os policiais invadiram a casa com violência e prenderam 17 adultos e 10 crianças, levando todos para a delegacia, alegando que eles estavam participando de uma “reunião ilegal”. Dai e sua esposa estavam entre os acusados.
Por questionar aos policiais se tinham um mandado de busca, Dai foi agredido fisicamente pelas autoridades e teve seu celular confiscado. Desde então, ele e sua família foram colocados em “vigilância doméstica”.
Presos dentro da própria casa
A crescente influência de Dai na Igreja que permanece viva na China, o rotulou definitivamente. Agora ele e sua família se tornaram um alvo a ser atingido pelo governo comunista.
Desde 2022, Dai é proibido de sair de casa, não podendo nem levar o lixo para a rua ou ir até o hospital para fazer teste de Covid-19. Somente a esposa pode sair para fazer compras e as crianças podem ir à escola.
“Peço a Deus que me fortaleça e me ajude nessa guerra. Eu creio que Deus está no comando. Embora eu esteja enfrentando tanto assédio e perturbação em minha vida, oro a Deus para que nos ajude”, ele escreveu conforme o China Aid.
Policiais são servidos pelos cristãos
A igreja doméstica de Dai fica em Chengdu, capital da província de Sichuan, onde nessa época do ano o frio é rigoroso.
As autoridades que foram designadas para vigiar Dai e sua família 24 horas por dia, 7 dias por semana, não receberam agasalhos adequados para o serviço. De acordo com o China Aid, isso é muito típico do Partido Comunista Chinês (PCC).
“Eles não fornecem roupas quentes a nenhum dos guardas, mesmo nas temperaturas congelantes. Esses jovens sentam-se do lado de fora no frio para vigiar os cristãos”, explicou a organização.
Embora esses guardas sejam funcionários do PCC, eles são maltratados. E, os membros da Igreja Doméstica, vendo isso, se solidarizaram enviando água quente, roupas e cobertores para os guardas.
‘Oração pelos perseguidores’
“A intenção dos cristãos em ajudar os policiais não é para colaborar na perseguição, mas apenas atender às necessidades humanas mais básicas”, conforme esclarece o China Aid.
Isso é comum para a comunidade cristã chinesa e eles oram ativamente por seus perseguidores.
Para eles, mesmo que nenhum desses jovens policiais aceitem Jesus, pelo menos o Evangelho é apresentado a cada um como forma de apresentar a Cristo como Salvador.
Quando o PCC soube da ação solidária dos cristãos, rapidamente passou a transferir os policiais para novas atribuições.
Sobre a situação dos cristãos na China, o pastor Wang Yi — que está preso por desafiar o governo ditador chinês — declarou: “Não vamos nos esconder e nem ficaremos calados, pois fomos salvos para pregar o Evangelho”.