O cristão deve se envolver com a política? É correto um crente se tornar um deputado, vereador, parlamentar? Tais questões foram discutidas por mulheres que entendem do assunto. Viviane Petinelli é cientista política e Thaís Lacerda é coordenadora do curso de direito da Faculdade Batista e advogada. As duas foram convidadas pelo programa Bate-Papo para refletirem sobre a situação.
Para Viviane, o crente deve sim estar presente nos meios políticos. “Eu sou completamente favorável sobre a posição do cristão. É parte do exercício da cidadania se envolver com os assuntos públicos. E quando nós cristãos não nos envolvemos, outros se envolvem e alguém governará”, disse.
“Alguém administrará uma cidade, um país. E se não formos nós, serão os outros e teremos de nos submeter a essa administração e a esse governo também. Então, cabe a nós ocuparmos esses espaços sim, se queremos influenciar a nação”, ressaltou.
Deus em tudo
Thaís acredita que as duas áreas não deveriam ser pensadas de forma separada, mas juntas. “Eu acho que as coisas são muito congruentes. Primeiro com relação a ser cristã e trabalhar na política, seja como uma política mesmo ou como alguém que vota e elege os nossos representantes. Eu vejo que esse papel é tão importante quanto assumir um cargo. Mas também eleger quem vai assumir aquele cargo tem a mesma significância”, pontuou.
A advogada ainda comenta que Deus deve estar em todas as áreas da vida do cristão e não somente na igreja. “A gente parte do princípio de que muitas vezes a gente deixa a nossa vida cristã apenas na questão do vocacionado, a igreja, ao convívio. Mas, não. A nossa atuação como cristão, a nossa visão cristocêntrica tem que estar em todas as áreas da nossa vida, na nossa opinião política, na nossa vida secular, na nossa família, nos nossos estudos e ligando isso com a questão da formação do ensino superior”.
Conhecimento e influência
A cientista política Viviane diz: “Como eu estou na academia há muitos anos, já estou no pós-doutorado. Realmente é muito difícil mesmo. As pessoas se esquecem que Deus opera no sobrenatural e nós no natural. Se nós queremos ser influenciadores, e isso é político, o poder de influenciar, seja na sua casa, na sua comunidade, seja na própria igreja ou em um espaço de poder público, precisamos conhecer, porque o que trás para nós a habilidade e também a capacidade de influenciar é o conhecimento. Quem tem mais, influência mais”.
Thaís complementa: “Existe a ideia de que o crente estuda as coisas de Deus e não estuda as outras ciências. As outras ciências também são importantes. Não há uma contradição, há uma complementaridade. O fato de ser cristã e o fato de eu ter uma formação acadêmica me permite fazer uma análise muito mais completa do cenário. Tanto pelo conhecimento bíblico, e vivência que eu tenho desde criança na igreja evangélica, como também o trajetório acadêmico que eu fiz”, explanou.
Confira o debate na íntegra: