O presidente dos EUA, Donald Trump, proferiu seu terceiro discurso anual sobre o Estado da União na noite da última terça-feira (4), na véspera de sua absolvição no Senado das acusações que supostamente o levariam ao impeachment.
Apesar da divisão no Congresso, o discurso sobre o Estado da União de Trump tomou um tom inspirador e focado na fé. Ele falou repetidamente sobre Deus.
Combate ao terrorismo
O presidente falou sobre Kayla Mueller, uma jovem cristã que foi sequestrada, torturada e assassinada pelo Estado Islâmico. Seus pais estavam entre os convidados especiais que participaram do evento. O presidente dos EUA citou uma declaração profunda que Kayla deu sobre Deus.
"Esta noite, estamos com Carl e Marsha Mueller. Kayla escreveu uma vez: 'Algumas pessoas encontram Deus na igreja. Algumas pessoas encontram Deus na natureza. Algumas pessoas encontram Deus no amor; eu encontro Deus no sofrimento. Descobri por um tempo qual é o trabalho da minha vida, usando minhas mãos como ferramentas para aliviar o sofrimento’", relatou Trump, citando a jovem.
Kayla viveu uma vida sacrificial, colocando-se em risco de ajudar outras pessoas que estavam sofrendo. Enquanto a vida de Kayla acabou sendo tirada dela pelas mãos brutais do Estado Islâmico, Trump apontou que a missão das forças especiais de elite para matar o líder do grupo terrorista, Al-Baghdadi, em outubro de 2019, recebeu o nome de Kayla para que ela nunca fosse esquecida.
Contra o aborto
O presidente falou também sobre o valor da vida e Deus como autor da vida, apontando para a poderosa história pró-vida da pequena Ellie Schneider, uma microempresária que milagrosamente sobreviveu, após nascer com 21 semanas.
"Através da habilidade de seus médicos - e das orações de seus pais - a pequena Ellie continuou ganhando a batalha pela vida. Hoje, Ellie é uma menina forte e saudável de 2 anos", lembrou.
"Ellie nos lembra que toda criança é um milagre da vida", disse ele. "Quer sejamos republicanos, democratas ou independentes, certamente todos devemos concordar que toda vida humana é um presente sagrado de Deus!"
Firmados sobre a fé
Conhecido por se posicionar favoravelmente à liberdade religiosa, Trump destacou que tem lutado para defender - entre outras causas - o direito à oração pública nas escolas.
"Meu governo também está defendendo a liberdade religiosa, e isso inclui o direito constitucional de orar nas escolas públicas. Nos Estados Unidos, não punimos a oração. Não derrubamos cruzes. Não proibimos símbolos de fé. Não amordaçamos os pregadores. e pastores. Na América, celebramos a fé. Elevamos nossas vozes em oração e elevamos nossa visão para a Glória de Deus!", afirmou.
O presidente Trump reconheceu os homens e mulheres determinados que construíram a nação americana e que seu esforço implacável nunca será esquecido.
"Nossos ancestrais construíram a República mais excepcional que já existiu em toda a história humana. Somos americanos. Somos pioneiros. Somos os desbravadores. Estabelecemos o novo mundo, construímos o mundo moderno e mudamos a história para sempre abraçando a verdade eterna de que todos são feitos iguais pela mão do Deus Todo-Poderoso", disse.
O discurso terminou com Trump encorajando os americanos que grandes coisas estão acontecendo, mas ainda há mais por vir.
"Nosso espírito ainda é jovem; o sol ainda está nascendo; a graça de Deus ainda brilha; e meus colegas americanos, o melhor ainda está por vir! Deus lhes abençoe. Deus abençoe a América", finalizou
Discurso rasgado
Quando Trump encerrou seu discurso, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi - sentada atrás dele - rasgou sua cópia impressa de seu discurso ao meio.
A atitude da parlamentar gerou repercussão polêmica, sendo classificada por muitos como desrespeitosa.