Alix Dorsainvil, enfermeira missionária que foi sequestrada com sua filha no final de julho deste ano no Haiti, afirmou que “não guarda rancor” dos sequestradores.
Na última segunda-feira (20), Alix gravou um vídeo onde declarou perdão aos membros da gangue que a mantiveram em um cativeiro com a sua filha, e se ofereceu para tratá-los em sua clínica.
Os sequestradores exigiram um resgate de US$ 1 milhão depois de levá-las da base missionária “El Roi Haiti”, onde a enfermeira servia com seu marido, Sandro Dorsainvil.
“Tenho uma mensagem para os gangsters: ‘Quero que saibam que tudo o que eu disse durante meu tempo de cativeiro foi sincero. As portas da minha clínica estão sempre abertas para vocês ou qualquer pessoa necessitada’”, disse ela.
E continuou: “Quero que saibam que não guardo rancor de vocês em meu coração. Porém, isso não significa que eu concorde com o que estão fazendo. Especialmente o que vocês estão fazendo contra seus próprios irmãos e irmãs haitianos”.
Alix explicou que mesmo que o resgate seja pago e as vítimas libertadas, há uma cicatriz em seus corações e “isso nunca irá embora”.
Pregando a verdade
Embora tenha oferecido perdão, Alix criticou a gangue por praticar violência na intenção de encontrar “felicidade, satisfação, dinheiro, poder e status para preencher o vazio em seus corações”.
“Quero que saibam que essas coisas nunca irão satisfazê-los verdadeiramente. Elas nunca preencherão o vazio em seus corações”, afirmou ela.
No vídeo, ela também aproveitou a oportunidade para pregar que só Jesus tem o poder de satisfazê-los.
“A única maneira de preencher esse buraco é com o amor de Jesus Cristo. Ele está sempre disposto a perdoar. Não importa o que você tenha feito, tudo o que precisa fazer é aceitar esse amor”, declarou ela.
E continuou: “Quando você realmente aceita o amor de Jesus, cada parte do seu coração que parece vazia será preenchida. Cada parte do seu coração que sente que algo está faltando, será preenchida com alegria, paz e amor, de uma forma que você nunca poderia ter imaginado. Eu amo vocês em Cristo, e um dia espero abraçá-los no Céu”.
Alix também agradeceu as orações que recebeu: “Eu senti suas orações. Deus me deu coragem e força”.
“Deus é fiel e grande. Ele estava comigo e nunca me abandonou”, afirmou ela.
Relembre o caso
A enfermeira e a filha foram raptadas por homens armados no dia 27 de julho enquanto realizavam as atividades do ministério no Haiti.
Após 13 dias em confinamento, elas foram libertadas. Embora não esteja totalmente claro quem sequestrou a dupla, o celular de Alix foi rastreado em um território dominado pela gangue “Canaan”, uma organização criminosa conhecida por realizar sequestros.
Segundo o New York Post, mais de 950 pessoas foram sequestradas no Haiti entre 1º de janeiro e 15 de agosto. O país também enfrenta um aumento no número de assassinatos e sequestros.
“Eu sei que a situação no Haiti é muito difícil nestes tempos. Mas Deus ouve vocês. Não desistam da fé”, concluiu a enfermeira.
Confira o depoimento da enfermeira (disponível apenas em inglês):