No novo e polêmico documentário da Netflix “Pray Away”, a grande mídia e a comunidade LGBT criticam a ideia de que é possível que as pessoas deixem o estilo de vida homossexual para seguir a Cristo.
No entanto, Jeffrey McCall, um homem que já foi transgênero, afirma que viveu uma falsa identidade e que só encontrou a verdadeira liberdade em Cristo. Ele participou do documentário, sendo filmado em suas atividades atuais.
Como primeiro personagem a aparecer nas imagens, ele é usado para representar uma “minoria” que se transformou através da fé.
“Acho que é definitivamente possível haver transformação na vida das pessoas e acho que é algo que o Espírito Santo faz”, disse McCall, fundador da Marcha da Liberdade (Freedom March, em inglês), em entrevista ao Christian Post logo após a estreia do filme.
Freedom March realizada no Lake Eola Park, em Orlando, Flórida (EUA), em 14 de setembro de 2019. (Foto: Reprodução/Christian Post)
Sobre o documentário
“Pray Away” é descrito pela Netflix como um documentário que gira em torno de ex-líderes e seguidores do “movimento ex-gay” que usaram a terapia de conversão e a fé para desencorajar as pessoas de levarem seus estilos de vida LGBT.
Os indivíduos apresentados no filme renunciaram a seus pensamentos anteriores e agora afirmam abertamente que são gays e lésbicas, entre várias outras nomenclaturas.
“As pessoas também precisam ser lembradas de que o Evangelho não é apenas orar para que algo te deixe para sempre, e você nunca mais lide com essa tentação novamente”, apontou McCall.
Ele lembrou das palavras de Jesus: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (Mateus 16.24).
“Então eu acho que é muito mais profundo do que apenas orar e querer que tudo mude. Eu acho que é uma rendição a Ele”, continuou.
O filme começa com McCall em sua cidade natal, na Geórgia, perguntando se as pessoas precisam de oração. Ele então compartilha seu testemunho com aqueles que param para dar atenção a ele.
“Este era eu”, ele diz ao mostrar às pessoas uma foto sua vestido de mulher. “Eu vivi transgênero. Drogas, álcool, homossexualidade — eu estava mergulhado no pecado e deixei tudo para seguir o Senhor”.
As próximas cenas contam histórias de pessoas que fizeram parte do movimento “ex-gay” nos anos 90. Entre eles estão Michael Busse, cofundador da Exodus International, uma organização fundada em 1976 que pregava que a orientação sexual poderia ser mudada.
Além de Busse, tem a ex- porta-voz do Family Research Concil, Yvette Cantu e John Paulk, que já foi considerado o rosto do movimento “ex-homossexual”. Paulk e sua esposa na época, Anne, já foram capa da revista Newsweek, em 1998, para destacar sua mudança. Mais tarde, Paulk também se juntou à Exodus International, que se desfez em 2013.
John Paulk, antes e depois. (Foto: Reprodução/Pinterest)
Uma mulher chamada Julia Rogers dá seu testemunho contando que se casou com uma mulher em uma igreja, no final do filme. Julia fazia parte da extinta Exodus International junto com outro palestrante do filme, Randy Thomas, que agora está noivo de um homem.
Mensagem pró-LGBT
Por causa da mensagem abertamente pró-gay do filme, a mídia secular está equiparando as “marchas pela liberdade” de McCall com terapia de conversão.
No entanto, McCall diz que a Freedom March tem como objetivo compartilhar testemunhos de transformação em Cristo, ao mesmo tempo em que equipa o corpo de Cristo para lidar com a comunidade LGBT, oferecendo um lugar seguro para que indivíduos atraídos por pessoas do mesmo sexo venham ao conhecimento de Jesus Cristo.
“Com a Freedom March e o novo movimento atual, o que fazemos tem a ver com o renascimento das pessoas, através de uma transformação espiritual interna. Não estamos falando de regras e obrigações”, disse McCall.
“Os cineastas não foram sinceros”
Quando a diretora Kristine Stolakis convidou McCall para fazer parte do filme, ela procurou investigar o movimento porque seu falecido tio, que ela descreveu como um segundo pai, era um “sobrevivente” da terapia de conversão.
“Estávamos em Los Angeles, Califórnia, fazendo nossa Marcha da Liberdade, em novembro de 2018. Stolakis estendeu a mão e perguntou se poderia filmar e eu disse sim”, contou.
“Depois perguntou se eu poderia ir à minha cidade natal, na Geórgia, para me filmar ministrando. Eles começaram a me filmar falando em igrejas, me filmaram numa sessão de autógrafos, filmaram um monte de coisas”, revelou.
No entanto, Gabriel Pagan, um pastor associado da Love Revolution Church, em Columbus, Geórgia, disse que sentiu que a equipe de produção de Pray Away não foi honesta sobre suas intenções de filmar McCall.
Gabriel Pagan, pastor associado da Love Revolution Church, em Columbus, Georgia. (Foto: Reprodução/Christian Post)
“Os cineastas nunca revelaram suas verdadeiras intenções. Eles destacaram no documentário que dizer às pessoas que elas podem sair do estilo de vida homossexual, leva ao suicídio”, protestou.
“Interessante que não há ninguém no filme que diga que eu passei por isso e não sou um suicida. Eu sou feliz. Posso ficar tentado, mas não sou obsessivo. Não sou tão narcisista e nem focado na minha imagem. Não existem vários pontos de vista, existe apenas um”, reforçou Pagan, um ex-homossexual que encontrou a liberdade em Cristo.
“Não me importo de estar no filme. Mas parece manipulador tocar uma música de fundo estranha em algumas cenas”, afirmou Pagan. Ele aponta para uma agenda LGBT sendo cumprida através do documentário.
Depois de assistir ao filme algumas vezes, McCall afirmou que sente como se nesses antigos ministérios o objetivo fosse obrigar as pessoas a serem heterossexuais, ter um casamento e filhos e se apresentar da forma como eles queriam. “E não era assim. A mensagem para o público LGBT é sobre a transformação do coração por meio de Jesus Cristo”, afirmou.
McCall também questionou o fato de que “Pray Away” destaca as igrejas cristãs atuais que afirmam abertamente os estilos de vida de gays, lésbicas e transgêneros.
"Acho que ter um relacionamento íntimo com Jesus, é saber o que Ele quer para você, e obedecê-lo. E eu escolhi segui-lo”, reafirmou. Ele também observou que o documentário classifica a Freedom March como “apenas uma péssima pseudo terapia”.
“Mas o movimento é o oposto disso. É uma comunidade que reúne pessoas que sempre precisaram de uma conexão, mas buscavam práticas pecaminosas para obtê-las”, concluiu.