Uma igreja nos Estados Unidos terá que pagar 960 mil dólares em multa por fazer culto próximo a uma clínica de aborto.
Em 2020, uma vez ao mês, a Covenant Church realizou cultos em frente a clínica da Planned Parenthood após o expediente, na cidade de Spokane, no estado de Washington.
Um junho daquele ano, a clínica de aborto processou a igreja, alegando que os cultos violavam a lei local de silêncio e uma lei estadual que proíbe interrupções em instalações de saúde.
Em setembro de 2020, um juiz do Tribunal Superior de Washington emitiu uma liminar contra a Covenant Church, ordenando que os cultos fossem feitos do outro lado da rua.
Na mesma época, o juiz do Tribunal Superior do Condado de Spokane, Timothy B. Fennessy, proibiu os cultos próximo a Planned Parenthood.
“Mentes razoáveis podem chegar apenas a uma conclusão: que a Covenant Church pretende interferir no acesso ou na entrega segura e eficaz dos serviços de saúde prestados”, concluiu o juiz.
Em dezembro, o tribunal de Spokane multou a igreja em 110 mil dólares por danos à clínica de aborto. Ainda foi acrescentado US$ 850 mil dos honorários dos advogados da Planned Parenthood.
“A Planned Parenthood processa nossa pequena igreja por uma reunião pacífica e custa aos cristãos US$ 850.000 em honorários de advogados corruptos”, protestou Ken Peters, pastor da Covenant Church, em postagem no Facebook.
E acrescentou: “É muito dinheiro que eles roubaram do Reino em uma hora. Estamos reiniciando novamente em 14 de março às 19h. Vejo você lá”.
O escritório de advocacia Legal Voice, que representou a Planned Parenthood, comemorou a decisão, declarando que é "uma vitória para os provedores de aborto".
E prometeu: "Isso alerta os extremistas anti-escolha: a Legal Voice e nossos aliados os responsabilizarão. Vamos perseguir vigorosamente cada dólar devido a nossos clientes para garantir que os assediadores anti-escolha realmente paguem por suas ações ilegais. Garantiremos que suas ações sejam vistas pelo que são: crimes".
"Um culto de adoração às portas do Inferno"
No processo, os advogados afirmam que os cultos interromperam a prestação de serviços.
"Os funcionários foram forçados a transportar pacientes entre os consultórios e, às vezes, os pacientes optaram por não cumprir seus compromissos, em vez de enfrentar os manifestantes bloqueando seu caminho", alegou o Legal Voice.
Conforme o site da Covenant Church, os cultos próximos à clínica são protestos, mas "um culto de adoração às portas do Inferno".
“Eles estão com medo de nossas orações e nossa adoração. Não estamos lá para incomodá-los, estamos lá para tocar o céu e ser uma luz para o mundo. Estamos lá para ser uma declaração profética de que 'nós, a igreja, não aprovamos matar a vida dentro do útero'", afirmou o pastor Peters, em uma entrevista anterior ao The Christian Post.
"No momento, eles estão nos processando por danos psicológicos a seus funcionários e pacientes após o expediente. Sinto muito, mas eles causam muito mais danos a essas mulheres e crianças do que nosso louvor”.