Juristas cristãos chamam Igreja à oração contra descriminalização do aborto no Brasil

A ANAJURE (Associação Nacional de Juristas Evangélicos) anunciou, nesta segunda-feira (28), as novas ações em seu trabalho na defesa da vida por meio de uma carta aberta e um chamado de oração.

O objetivo da entidade, que congrega juristas cristãos, é atuar contra a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que delibera sobre a descriminalização do aborto no Brasil e está próxima de ser incluída em pauta para julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo informado pelo Guiame, a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, já manifestou o desejo de colocar a ADPF em julgamento antes de sua aposentadoria, prevista para outubro próximo.

^{Ministra Rosa Weber, atual presidente do STF. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)}

Uma pesquisa realizada pelo Ipec, durante o período eleitoral em setembro do ano passado, revelou que 70% dos brasileiros se posicionaram contrários à legalização do aborto. Apesar disso, a ação foi proposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), de extrema esquerda.

Amicus curiae

Em 2017, a ANAJURE requereu junto ao STF sua intervenção como amicus curiae na ADPF 442, demonstrando interesse especial na questão em disputa para defender o direito à vida do nascituro.

Na época, a entidade participou da Audiência Pública da ADPF 442, na qual, representada pela Dra. Edna V. Zilli, apresentou seu posicionamento jurídico contrário à descriminalização do aborto.

Conforme relatado, a ANAJURE tomou a decisão de redigir uma Carta Aberta dos Evangélicos destinada aos Membros do Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional a respeito da ADPF 442 e da questão da Descriminalização do Aborto.

Essa iniciativa conta com o respaldo de mais de 40 organizações religiosas parceiras, assim como de diversas entidades e líderes evangélicos em todo o território brasileiro.

^{40 organizações cristãs subscrevem carta aberta da Anajure. (Reprodução/Anajure)}

Juntos, eles estão unindo esforços para expressar uma posição contrária à ADPF 442 e à proposta de descriminalização do aborto. Segundo a ANAJURE, essa manifestação é fundamentada na defesa da dignidade da pessoa humana e na preservação do direito à vida.

A carta, que será entregue aos representantes do STF e do Congresso Nacional, continua aberta para subscrição por líderes e entidades evangélicas através do e-mail [email protected].

Chamado de oração

Além da carta aberta, a entidade de juristas também publicou um chamado de oração e mobilização em defesa da vida para compartilhamento com as igrejas e comunidades evangélicas.

Citando o Salmos 139.13-16, a carta é endereçada a “pastores, líderes e irmãos de nossa comunidade evangélica”.

A entidade inicia o texto explicando que a ADPF 442, que “propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, se encontra em curso para análise do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante do cenário atual, é crucial que nos posicionemos com clareza e determinação contra a cultura de morte, em defesa do valor intrínseco da vida humana em todas as suas fases”.

E diz: “No que se refere à oração, a Bíblia nos ensina a orar pelos que se encontram em sofrimento e aflição, bem como por todas as autoridades (1 Timóteo 2:1-2). Frente à proximidade do julgamento da ADPF 442, é um tempo importante para levantarmos nossas vozes em oração”.

E continua: “Conclamamos igrejas, líderes e irmãos em Cristo a orarem pelos bebês em gestação, pelas mulheres que enfrentam dificuldades, e pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal, para que o Senhor os oriente diante da vindoura decisão tão importante para a vida de milhões de brasileiros, nascidos ou ainda por nascer.”

Leia a íntegra do chamado de oração aqui.

A ANJURE anunciou uma live sobre o tema, que será transmitida no dia 05 de setembro, às 19 horas, via Instagram (anajureoficial) e YouTube (canal ANAJURE oficial), para debater e tirar dúvidas ao vivo sobre a ADPF 442.

Na live, estarão presentes a Dra. Edna V. Zilli, presidente da ANAJURE, e a Dra. Lenise Garcia, professora do Departamento de Biologia da UnB e presidente da ONG Brasil Sem Aborto.