Em Taiyuan, cidade da China que fica na província de Xanxim, autoridades locais demoliram a catedral da Igreja Católica Beihan, por conta de um novo projeto governamental de desenvolvimento urbano.
A catedral em estilo gótico começou a ser derrubada no dia 25 de agosto. A torre do sino, que tinha 40 metros de altura, foi derrubada com explosivos durante a demolição coordenada.
No lugar onde era a igreja, haverá uma área para compras, com teatro, lazer, cultura e turismo. O planejamento de renovação arquitetônica começou a ser traçado por volta de 2016.
No dia 1º de junho de 2018, o governo de Taiyuan, junto de Wanbailin e a comunidade de Beihan, assinaram em conjunto o acordo de cooperação para o projeto de renovação da vila de Beihan.
A nova cidade será desenvolvida pela “China Overseas and Investment” — a maior incorporadora imobiliária da China. Toda região será demolida e transformada numa grande cidade integrada.
Perseguição à Igreja na China
A demolição da Igreja em Beihan é um dos poucos casos no mundo de bombardeio de catedrais.
Imagens do projeto de como ficará a cidade foram divulgadas ainda em 2018, mostrando os prédios que substituirão a antiga igreja.
“Infelizmente, a eventual queda desta igreja indica a abdicação da autoridade religiosa aos poderes políticos na China. A prosperidade superficial da nova cidade e sua moderna estrutura política e econômica não podem mais acomodá-la”, disse um dos ex-moradores do local.
O cristianismo está na vila de Beihan há quase 200 anos e havia também um grande número de missionários protestantes que ministravam em Shanxi.
Porém, durante uma perseguição significativa em 1900, o China Inland Mission — uma organização missionária protestante — registrou que cerca de 20 mil cristãos foram mortos, só na província de Shanxi.
Hoje em dia, embora a China Overseas tenha informado que a igreja seria reconstruída em outra localidade, não há detalhes sobre essa informação e a Igreja de Taiyuan não confirmou e nem emitiu uma declaração oficial.
De acordo com o China Aid, deve haver uma razão para tal silêncio e isso causa preocupações de que a liberdade dos cristãos tenha sido restringida. Vale ressaltar que a repressão aos pastores cristãos em Shanxi tem sido intensa nos últimos meses, com vários pastores sendo presos.