As igrejas protestantes e católicas da Alemanha perderam juntas mais de 660 mil membros em 2017, de acordo com as estatísticas publicadas pela Igreja Protestante na Alemanha (EKD, na sigla alemã) e pela Conferência Episcopal da Alemanha.
A EKD perdeu mais de 390 mil membros em 2017, restando 21,5 milhões de fiéis, o que representa uma queda de 1,8%. Dez anos antes, no final de 2007, a igreja protestante ainda tinha 3,3 milhões de membros a mais do que no ano anterior, ou seja, 24,8 milhões.
Enquanto isso, os católicos perderam cerca de 268 mil membros em 2017, uma queda de 1,1% em relação a 2016. Com 23,3 milhões de membros, eles continuam sendo a maior denominação da Alemanha.
No total, 54,4% dos 82,5 milhões de habitantes da Alemanha são membros das duas maiores igrejas do país, com uma queda significativa de 62% comparado a 2005.
Entre as 20 igrejas da Alemanha, a Igreja Evangélica de Anhalt, a Igreja Evangélica na Alemanha Central e a Igreja Evangélica de Bremen sofreram a maior perda de membros nos últimos dez anos. Em comparação a 2007, igreja em Anhalt perdeu 33,1% de membros, a igreja na Alemanha central teve uma queda de 21,8% e igreja de Bremen perdeu 18,2% de seus fiéis.
A denominação que perdeu menos membros na última década é a Igreja Reformada Evangélica, que perdeu apenas 6,5%. Contrariando as tendências, mais de 173 mil pessoas passaram a fazer parte da igreja no ano passado.
Origem das perdas
Embora as igrejas evangélicas e católicas tenham um número estável de batismos (180 mil) e novos membros (25 mil) , isso não foi suficiente para cobrir o número das igrejas que perderam membros.
Na Alemanha, os membros das igrejas devem registrar sua associação com as autoridades locais e pagar um imposto obrigatório que vai financiar sua denominação. O número de saídas oficiais da igreja aumentou nas denominações católicas e protestantes, na qual cerca de 200 mil protestantes e 167 mil católicos decidiram cancelar o registro.
Uma das razões da saída de membros é o declínio demográfico na Alemanha — só no ano passado, 350 fiéis da igreja protestante faleceram. No entanto, embora os novos membros compensem parcialmente esse déficit, menos filhos estão sendo levados por seus pais às congregações.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2017 pelo Kirchenaustritt, órgão que regula a saída das igrejas, 45% dos membros que deixaram a igreja oficialmente para evitar pagar o imposto da denominação, que também se aplica aos membros das congregações judaicas.