Jean Wyllys acusa palestrantes cristãos de "promoverem a cura gay" e faz denúncia ao MP

O Ministério Público chegou a interromper a palestra, que estava sendo ministrada a pastores e líderes, no DF.

Fonte: Guiame, João NetoAtualizado: sexta-feira, 23 de janeiro de 2015 às 17:50
Claudemiro Ferreira - palestra
Claudemiro Ferreira - palestra

Na última quinta-feira, os palestrantes cristãos Claudemiro Soares (especialista em políticas públicas) e Airton Williams (teólogo) foram intimados pelo Ministério Público do DF a depor sobre um evento que estavam realizando. A palestra abordava o tema "Homossexualismo: ajudando, biblicamente, a prevenir e tratar aqueles que desejam voltar ao padrão de Deus para sua sexualidade". A acusação que recaiu sobre ambos é que que eles estariam "promovendo a cura gay".

Claudemiro é ex-homossexual e conta parte de sua história no livro "Homossexualidade masculina: escolha ou destino? A atração pelo mesmo sexo e as abordagens terapêuticas para a mudança de orientação sexual".

Segundo o palestrante e escritor, ele e seu colega foram surpreendidos com a notificação e atribuiu a denúncia aos militantes do movimento LGBTT.

Jean Wyllys (PSOL-RJ) criticou a palestra e disse que faria uma denúncia ao Ministério Público. O deputado ainda classificou o curso como "charlatanismo".

O caso também foi comentado pela advogada e pastora Damares Alves. Segundo ela, um evento de caráter particular não poderia ter sido interrompido daquela forma.

“Como aceitar que um curso ministrado em um lugar fechado apenas para líderes evangélicos, um curso de orientação de como colher, aconselhar e ajudar os milhares de homossexuais que procuram nossas igrejas por se sentirem desconfortáveis com sua condição ou que estão deprimidos e tristes seja interrompido desta forma?”, questionou.

Caso Marisa Lobo
Não é de hoje que os representantes cristãos e do movimento LGBTT têm se desentendido. A psicóloga cristã chegou a ter que depor mais de uma vez no Conselho Regional de Psicologia do Paraná por causa de uma acusação semelhante à que os palestrantes Claudemiro e Airton estão sofrendo: "promover a cura gay" e também de "proselitismo religioso".

Já em 2012, a OAB chegou a classificar o a investigação que recaiu sobre Marisa como infundada e até mesmo como perseguição religiosa.

Em maio de 2014, Marisa voltou a ser investigada pelo CRP, porém desta vez, em razão apenas da segunda acusação, feita anos atrás. O Conselho exigia que a psicóloga retirasse de suas páginas da internet, o título de "Psicóloga Cristã".

A profissional teve o seu registro cassado, porém o processo foi anulado posteriormente.

Caso Silas Malafaia
O pastor Silas Malafaia também se solidarizou com a psicóloga Marisa Lobo e relatou que chegou a ser investigado como psicólogo, sob a mesma acusação de "promover a cura gay".

Malafaia não chegou a ter seu registro cassado, mas alertou a todos sobre o risco que a liberdade religiosa está correndo no país.

Uma grande corrente de apoio a Claudemiro tem se formado nas redes sociais. Claudemiro expressou sua gratidão pela solidariedade de todos.

"Só em saber que já são MILHARES de irmãos e irmãs enviando mensagens de encorajamento, orando por mim, envolvendo-se nessa luta que não é só minha, mas de todos os que valorizam a liberdade religiosa em nosso país, fico absolutamente seguro de que VAI VALER A PENA!", postou nas redes sociais.

 

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