O movimento conhecido como “Bênção de Toronto” foi um dos mais recentes avivamentos da história da Igreja Evangélica. Em uma edição especial do site CBN News, os pastores que fizeram parte disso relembraram a forma como os cristãos foram impactados naqueles dias.
O despertamento espiritual foi iniciado em 1994 na pequena igreja Toronto Airport Vineyard, localizada ao lado do aeroporto de Toronto, no Canadá. Na ocasião, os pastores John e Carol Arnott convidaram o pastor Randy Clark para uma ministração, mas o culto foi assumido pelo Espírito Santo.
As reuniões passaram a ser marcadas por milagres, sinais, maravilhas e milhares de vidas se entregando a Jesus Cristo. Isso aconteceu dia após dia por mais de doze anos, atraindo pessoas espiritualmente famintas do mundo inteiro.
Uma delas era Heidi Baker, que na época já atuava como missionária em Moçambique, mas se sentia ministerialmente desgastada. “Eu estava literalmente pensando em trabalhar no K-Mart (lojas de departamento dos Estados Unidos). Eu estava muito cansada”, contou à CBN News.
Baker estava com pneumonia quando foi a Toronto, mas foi completamente curada no culto. Em seguida, ela teve uma visão de Jesus que mudou sua vida. “Eu vi Jesus com olhos ardentes de amor. Ele arrancou o 'não' de mim e eu já passei por 109 nações, pregando este glorioso Evangelho”, conta a fundadora do ministério IRIS Global, que já plantou mais de 11 mil igrejas.
Muitas pessoas tremiam, choravam, caíam e falam em línguas quando eram tocadas pelo Espírito Santo. “As pessoas vinham e não se importavam se eram pentecostais, católicas, metodistas, batistas ou carismáticas — todas pareciam ser niveladas. A unção é uma grande niveladora”, explicou Arnott.
Encarando as críticas
Enquanto pessoas eram transformadas nestas reuniões, muitos críticos se levantaram contra o movimento, classificando-o como algo sob influência da carne e até mesmo de espíritos malignos. Acusações como estas incomodaram Arnott e Clark, mas eles reconhecem que, de fato, os sinais e maravilhas eram extraordinários.
Certa vez, o pastor Arnott fez uma oração: “‘Tenho certeza que isso vem de Ti, Senhor, mas o que está acontecendo? Porque isso parece um caos’. Mas então começamos a ouvir os testemunhos”, disse ele, acrescentando que as pessoas sempre tinham algo positivo a compartilhar.
Muitos que participaram dos encontros na Bênção de Toronto voltaram para suas próprias congregações manifestando os mesmos dons que foram derramados na igreja Toronto Airport Vineyard. Em consequência disso, milhões de pessoas ao redor do mundo tiveram sua fé edificada e foram tocadas por um amor contagiante em seu coração.
O pastor Arnott encontrou paz em meio às controvérsias quando sentiu Deus dizendo: “Quanto mais Jesus fazia milagres, mais era perseguido”. “Então pensei: 'Tudo bem, deixa acontecer essas controvérsias'”. Ele também aprendeu outra lição — nem mesmo Jesus agradou a todos. “Então nós apenas continuamos prosseguindo”.
Mudança de um ministério
Enquanto muitos questionaram os relatos dos milagres, Heidi Baker sempre esteve certa de que suas experiências na Bênção de Toronto a aproximaram mais de Deus.
“Ninguém me chamou, mas eu corri para o altar, levantei minhas mãos e comecei a gritar: sim! E fui atingida pelo fogo de Deus. Randy Clark, que eu nunca conheci, me disse: ‘Deus quer saber se você quer a nação de Moçambique?’”, conta a missionária.
“E eu gritei sim!”, Baker acrescentou. “Então o fogo me atingiu, comecei a vibrar com poder e gritei: ‘Deus, eu vou morrer!’ Ele disse: Você tem que morrer para si mesma para realmente viver, para realmente levar a minha glória’”.
Depois disso, a missionária ficou completamente impactada com sua experiência durante sete dias e sete noites. “Foi completamente transformador. E eu nunca mais fui a mesma”, destaca Baker.
O pastor Arnott acredita que um avivamento ainda mais poderoso está por vir e quem manter uma postura crítica poderá perder uma bênção de Deus. “Eu sinto muito pelas pessoas que falaram contra isso. Elas deixaram de participar do maior acontecimento da Igreja, na minha opinião, nos últimos 100 anos. Então se você quiser perder, perca. Mas eu não quero perder isso”.