Hoje em dia, as relações entre as comunidades e a polícia são muitas vezes difíceis. Mas, em 2017, o chefe de polícia Larry Boone, de Norfolk, Virgínia (EUA) implementou uma idéia que ele teve - para preencher esta lacuna, que se torna cada vez maior.
"Algumas regiões de Norfolk são muito perigosas. Muitas dessas ocorrências acontecem nas ruas de igrejas. Não seria uma idéia fantástica se o clero e a polícia pudessem trabalhar juntos para patrulhar algumas das nossas áreas mais problemáticas da cidade?", propôs Boone.
O policial compartilhou sua ideia com pastores locais. "Eles reagiram, dizendo: 'eu gosto dessa idéia' e eu perguntei: 'Posso ter o apoio de vocês?'. Rapidamente, todos responderam: 'Absolutamente".
Eles chamam o projeto de "The Clergy Patrol" ("A Patrulha Clerical"), no qual a polícia e os pastores locais, como o Dr. Antipas Harris, trabalham lado a lado.
"Esta é uma ótima ideia para que os pastores se envolvam realmente com a polícia e não apenas aguardem uma crise para fazerem contato, mas sejam proativos, construindo uma relação, estudando sobre conflitos, tentando encontrar maneiras de resolver as ocorrências".
Quando os oficiais respondem a uma chamada, o clero permanece em alerta. Uma vez que a situação é controlada, eles podem ministrar da maneira que puderem.
"Nós estamos lá para apoiar, conforme necessário. Eu até orei por homens que estavam algemados e pediram oração. Na maioria dos casos, as pessoas aceitam que oremos por elas", contou o pastor Harris.
O chefe Boone disse: "Ele [pastor] está lá apenas para oferecer-lhe algumas palavras de sabedoria, aconselhamento, seja qual for o caso. E isso beneficia a comunidade, que beneficia o governo, isto é, a polícia, bem como a própria Igreja".
"Para mim, é um ministério e uma missão", acrescentou.
O Rev. Leroy Briggs foi capelão da polícia de Norfolk há 18 anos. Ele diz que a polícia e os líderes cristãos realmente compartilham objetivos em comum.
"Ambos servem e protegem. A polícia chama seu campo de atuação de 'comunidade', já os pastores ou clérigos chamam de 'congregação'. Jesus enviou seus discípulos de dois em dois, então eles teriam alguém para se apoiar. Desta forma, eles [pastores e policiais] podem apoiar um ao outro e assim apoiar e melhorar a comunidade".
Ele também sabe como a presença de um pastor pode trazer calma para uma situação estressante.
"Quando você sabe que a polícia e os pastores estão juntos, isso traz simplesmente uma atmosfera, um ambiente de paz", afirmou Briggs.
Já o chefe Boone destacou que os pastores estão facilitando a entrada da polícia em muitas comunidades onde antes o acesso era mais difícil.
"Eles estão nos dando credibilidade em algumas comunidades que não temos", disse ele.
O programa também está dando aos pastores uma compreensão e um respeito mais profundos pelos oficiais e o trabalho que eles fazem.
"Não deixe sua congregação pensar que o policial é um robô. Não, ele é um ser humano, com uma família, alguém que se importa e tem sua importância. Essas coisas precisam ser ditas no púlpito", acrescentou o chefe da polícia.
Boone disse: "Esses pastores estão percebendo, que eles achavam que sabiam - mas você não sabe até você estar no jogo - os desafios que esses oficiais enfrentam e eles têm uma apreciação muito maior pelo que eles fazem".
O Dr. Harris diz: "Estar envolvido com a polícia nos permite entrar em novas realidades o tempo todo. A maioria deles está dizendo: 'Isso mudou a minha vida".
Talvez o mais importante de tudo, "A Patrulha Clerical" está restaurando a esperança de uma comunidade mais forte e um futuro mais brilhante, ajudando Norfolk a registrar sua menor classificação de crimes violentos em 17 anos.
"Eu acho que esta iniciariva é uma ponte. E nessa ponte, juntos construímos um relacionamento que eu acho que poderia fortalecer o futuro e fortalecer a segurança pública em nossa comunidade".
Rev. Briggs disse: "Eu gostaria de ver uma Norfolk unida. United, onde todas as pessoas apenas se juntam e podem ajudar uns aos outros. Isso vai acontecer um dia, se continuarmos fazendo o que estamos fazendo".