Policiais disfarçados e funcionários do governo chinês invadiram uma igreja na província de Henan no último domingo (12), onde apreenderam celulares dos cristãos enquanto eles eram presos.
"Alguns eram policiais disfarçados, e outros usavam uniforme", disse um cristão que não foi identificado à ChinaAid, um grupo sem fins lucrativos com sede no Texas que documenta a perseguição cristã na China.
"Eles tiravam fotos enquanto nos prendiam. Então, cancelaram o culto", ressaltou. O ataque ocorreu durante a reunião e vários dos mais de 20 cristãos que adoravam foram levados sob custódia.
"Eles tentaram pegar o iPad e o celular de uma das irmãs sem mostrar as identidades. Ela disse: 'Essas são minhas coisas pessoais', mas os policiais a ignoraram e continuaram a pegar nossas coisas. Os policiais atacaram imediatamente o irmão Qian, e ele ficou sob o controle deles porque não resistiu", disse outro membro da igreja.
Os policiais, que trabalham para o governo central comunista da China, teriam empurrado uma mulher para o chão durante as prisões e derrubado uma criança de uma cadeira. Os cristãos presos foram levados para a Delegacia de Polícia de Xiyuan.
Os membros presos chegaram a questionar ao diretor do departamento de assuntos religiosos que crimes eles cometeram. Sang, uma das cristãs, ainda disse: "Somos cidadãos chineses e temos liberdade de religião. Por que você tomou nossos objetos pessoais?".
Liberdade religiosa
Os cristãos teriam sido informados de que, embora tenham liberdade religiosa, devem se submeter à autoridade do governo e apenas se reunir em locais aprovados. Alguns que estavam na igreja disseram que os funcionários também ameaçaram seus empregos, sua segurança e até mesmo suas vidas.
As igrejas clandestinas têm sido alvo de ataques durante anos na China, embora o governo comunista também tenha demolido igrejas totalmente registradas, derrubando cruzes no telhado e prendendo fiéis.
Vários cristãos conversaram com a Associated Press em um relatório na semana passada, onde listaram os vários ataques à fé. Além de igrejas demolidas e congregações presas, os crentes também foram forçados a remover pinturas de Jesus Cristo.
A esposa de um pastor, que não foi identificado, disse que as autoridades também interromperam os cultos de Natal e até impediram que os membros da igreja fossem batizados. "O governo diz que temos liberdade religiosa, mas na verdade não há liberdade", disse a mulher. "Muitos de nossos irmãos e irmãs cristãos estão chateados e temerosos", finalizou.