A armadilha da pornografia já não é mais um problema de não crentes. Ela tem chegado na Igreja e escravizado muitos cristãos.
Cerca de 70% dos homens crentes assistem conteúdo adulto regularmente e, entre as mulheres cristãs, 20%, segundo uma pesquisa recente da Nederlands Dagblad, em parceria com a Universidade de Tilburg e a Universidade Erasmus de Rotterdam.
Um estudo da Barna Group e Covenant Eyes, nos Estados Unidos, revelou que metade dos pastores entrevistados consomem pornografia.
A teóloga holandesa Thirza van der Neut, de 22 anos, esteve dentro dessas estatísticas durante anos, como uma viciada em conteúdos pornográficos.
Abusada na infância, ela encontrou na pornografia um mecanismo de lidar com sua dor emocional, aos 8 anos de idade.
Clamando por ajuda
Na adolescência, a menina enfrentou uma depressão e pensamentos suicidas devido ao vício. Vinda de uma família cristã e frequentando a igreja, Thirza clamava a Deus por ajuda.
Aos 18 anos, em um acampamento cristão, seu processo de libertação começou após receber uma palavra profética.
“Pastores profetizaram que eu libertaria outros da pornografia. Naquele momento, eu não conseguia compreender essas palavras porque ainda não estava livre”, contou a jovem, em entrevista ao Revive.
“Vários anos depois, entro nesse chamado e acabei de concluir o curso para pessoas que desejam ser libertadas”, testemunhou.
Após ser libertada do vício em pornografia com ajuda do Senhor, Thirza está auxiliando outras pessoas que lutam com o mesmo problema através de seu curso “Pureheart”.
Efeitos prejudiciais da pornografia
A teóloga chamou a atenção para os efeitos prejudiciais do consumo de conteúdo adulto. Segundo ela, a pornografia afeta o cérebro e a regulação dos hormônios.
“Seu cérebro está literalmente ficando menor. A pornografia dá uma dose muito alta de dopamina. Tão alta, que outros momentos de felicidade não podem mais competir. Você precisa de mais e mais dopamina para chegar ao mesmo nível de felicidade”, afirmou Thirza.
Por isso, outros momentos que liberam o hormônio da felicidade, como fazer exercícios, comemorar as pequenas coisas e passar tempo com os amigos, não tem mais efeito na pessoa viciada.
“Você ouve repetidas vezes como as pessoas, por exemplo, começam com pornografia adulta e dizem: ‘Eu detesto pornografia infantil e ainda assim sou levado a isso’. Você precisa de imagens cada vez mais intensas e é por isso que é uma escala. É um verdadeiro vício”, alertou a jovem.
Há liberdade em Cristo
Thirza também afirmou que a pornografia afeta a autoimagem e o relacionamento com Deus.
“Eu me senti tão longe de Deus”, lembrou ela. “A vergonha afeta sua autoimagem. Mas essa vergonha pertence ao inimigo. Ele quer que você pense: ‘Este é quem eu sou’. Mas, a ação é um pecado, você é um filho de Deus. A pornografia não tem a última palavra, Jesus tem”, declarou.
Aos que estão lutando contra o vício em pornografia, a teóloga deixa uma mensagem:
“Deus é um Deus de restauração. Um dia Ele fará tudo novo. Mas, Ele quer começar agora. Ele tem um futuro promissor para você. E Ele usa tudo para o bem. Basta olhar para mim: eu era viciada e agora posso ajudar os outros a encontrar a liberdade. Encontre pessoas para falar sobre isso. Você precisa saber de duas coisas: você não está sozinho em suas lutas e há liberdade!”.
E concluiu: “Vamos fazer isso juntos. Juntos escolhemos uma vida pura e santa. Então, vamos nos preparar: Jesus está voltando para uma noiva pura e radiante!”.