Na última segunda-feira, os legisladores do Tennessee votaram a favor da adoção da Bíblia Sagrada como livro oficial do estado.
Os senadores do Estado votaram em 19 a 8, a favor do projeto de lei, apesar dos argumentos por parte da Procuradoria Geral do Estado, que apontou que há conflitos na medida, considerando uma disposição na Constituição do Tennessee, que afirma que "nenhuma preferência deve sempre ser dada, por lei, a qualquer instituição religiosa ou modo de adoração".
Os opositores do projeto também argumentaram que a Bíblia seria banalizada, se colocada ao lado de outros símbolos oficiais do Estado, como a árvore, a flor, a rocha ou o anfíbio. Mas ambas as câmaras do Legislativo enviaram o projeto de lei para o governador republicano do Tennessee, Bill Haslam. Ele se opõe à medida, mas ainda não falou em veto.
O senador republicano Steve Southerland argumentou que seu projeto de lei destina-se a reconhecer a Bíblia por suas contribuições históricas e culturais para o Estado, e não como endosso da religião pelo governo.
O senador democrata Jeff Yarbro questionou o fato de o projeto de lei destacar o impacto econômico das publicações de Bíblias no estado ou que as Bíblias eram tradicionalmente usadas para rastrear histórias de família.
"Eu não acho que é por isso que lemos a Bíblia, eu não acho que é por isso que nós mandamos nossos filhos à Escola Bíblica de Férias", disse Yarbro. "Para aqueles entre nós que crescemos nesta fé, é muito mais que isso".
Hedy Weinberg, diretor-executivo da União das Liberdades Civis Americanas (ACLU) do Tennessee, convocou Haslam a vetar o projeto de lei da Bíblia. Ela chamou a proposta de um "esforço velado para promover uma religião em detrimento de outras religiões, o que viola claramente as constituilções dos Estados Unidos [federal] e do Tennessee [estadual]".