“Uma ferida fechada, é um ministério aberto”, diz pastor sobre orfandade

Fabiano Ribeiro falou sobre a orfandade e explicou que Jesus veio resgatar um planeta de órfãos.

Fonte: Guiame, ALINE GONÇALVESAtualizado: quarta-feira, 29 de novembro de 2023 às 13:14
Fabiano Ribeiro. (Foto: Reprodução/YouTube/Missão Cristã Internacional)
Fabiano Ribeiro. (Foto: Reprodução/YouTube/Missão Cristã Internacional)

Fabiano Ribeiro, pastor executivo da Igreja da Cidade em São José dos Campos, São Paulo, falou sobre orfandade em sua participação no podcast “Aqui Há Jovens”, da igreja 

Missão Cristã Internacional (MCI), em Portugal.

O pastor conversou com Alex Gomes e Lucas Novais sobre seus dois livros chamados “Paternidade Bem Resolvida” e “Escolha Ser Filho”. 

O princípio

Fabiano iniciou a conversa explicando a história da orfandade desde o princípio: “Eu aprendi que Jesus veio resgatar um planeta de órfãos. Tudo começou com um ser espiritual chamado Lúcifer, de alta patente e influência no Céu. Ele se rebela com seu Criador que é um tipo de pai”.

“Ele consegue em um ambiente perfeito convencer um terço dos anjos para que virassem as costas para o seu Pai, seu Criador. Logo, eles são expulsos do Céu, porque o Céu não é um lugar de orfandade”, acrescentou.

Então, o pastor observou que a partir de hoje, a agenda de Satanás é colocar a orfandade no coração da humanidade.

“Quando a serpente fala com Eva, ela coloca dúvida no coração dela a respeito do seu Criador. A tentação é fazer com que a humanidade se desconecte do Pai, duvidando de suas intenções”, disse Fabiano. 

Segundo o pastor, no Éden, a serpente trabalhou a ideia de que “Deus está retendo algo. A orfandade sempre traz uma mentalidade de escassez”.

A orfandade na família

Fabiano fala que quando Adão, sendo o líder da casa, se esconde de Deus há uma ruptura do homem com ele mesmo, com o outro e com o Senhor.

“A prova de que a orfandade entrou na família está em Gênesis 4, quando Caim mata Abel. É como um câncer sendo multiplicado na raça humana. Então, o plano da redenção é trazer os filhos de volta a casa do Pai”, afirmou ele.

O pastor mencionou a passagem bíblica em Lucas 15 sobre a parábola do filho pródigo, que ele destacou como um “ecossistema de orfandade”.

“O filho pródigo se desconecta emocionalmente e geograficamente porque a orfandade vai crescendo se não acontecer uma interrupção intencional”, observou Fabiano.


Fabiano, Alex e Lucas. (Foto: Reprodução/YouTube/Missão Cristã Internacional)

Aspectos da orfandade

O pastor destacou alguns pontos que são importantes. Segundo ele, a orfandade é uma batalha espiritual porque começou em Lúcifer: “Pessoas que lutam contra a orfandade estão debaixo de uma batalha espiritual”.

Ele também explicou que não se rompe a orfandade sem arrependimento, pois a partir do momento que uma pessoa se vitimiza e aceita os estímulos da orfandade, ela peca porque Deus a fez para ser filho.

Enquanto falava sobre os dois irmãos descritos em Lucas 15, o pastor afirmou: “A orfandade tem dois caminhos: a rebeldia e a religiosidade”.

“Quando um pai sai de casa, não existe nenhuma pesquisa na terra que comprove que essa família não vai sofrer danos emocionais bem profundos e importantes. Porque a configuração que Deus fez para a família ser saudável é pai, do gênero musculino, mãe gênero feminino e filhos”, afirmou o pastor.

Fabiano explica que a lacuna na masculinidade tem a ver com a falta de referência e se isso não for tratado passa para a próxima geração. A partir daí, a igreja passa a ser o escape de Deus, porque ela entrega o que a família não pode dar.

“A família deveria ser um ecossistema que nos ensina a lidar com a trindade. Então pai representa Deus, a mãe representa o Espírito Santo e os irmãos representam Jesus. E a principal palavra que uma família deveria buscar é a intimidade. Porque quando Deus for apresentado para mim, eu não vou ter nenhum tipo de empecilho de me relacionar com Ele”, observou ele.

O pastor declarou que na sua opinião, “a única chance das igrejas colaborarem com os problemas familiares, é ela sendo uma família, um lugar de pertencimento e trabalhar primeiro a identidade”.

Testemunho

Fabiano explicou que o órfão tem a síndrome do auto existente, e sobre isso, ele mencionou a questão do avivamento. Para ele, o avivamento não é sustentável sem a conexão geracional.

“Quem não respeita antecessores, não gera descendentes. Então aquele avivamento vai ficar segmentado a um grupo de pessoas. O que traz a sustentabilidade para o avivamento é a cultura da paternidade, é a conexão espiritual”, disse ele.

Fabiano relatou que percebe que a ansiedade é um problema comum entre muitos jovens em relação ao seu destino: “A orfandade rouba sonhos. Primeiro de tudo nós temos que passar pelos processos. Ter um coração de filho e um coração de servo”.

“O órfão ele só tem duas opções: continuar órfão ou ser filhão. Eu não fui só para os braços dos meus pais espirituais, antes eu fui para os braços de Deus e é aí que entra o profético na minha vida e o sobrenatural. Meu coração foi tão ferido, que quando eu vi que Deus era bom eu me lancei completamente nele”, acrescentou.

Depois de contar seu testemunho, Fabiano explicou o porquê fala sobre paternidade: “Eu aprendi que quando Deus fecha uma ferida, Ele inaugura uma unção. Uma ferida fechada é um ministério aberto”.

E continuou: “Um dia eu fui um paciente terminal na área de orfandade, eu fui para a UTI. Deus milagrosamente me tirou de lá e eu comecei a fazer parte da universidade dos filhos. Me graduei, fui para a pós, doutorado e hoje eu sou especialista”. 

Ele citou o texto de 2 Coríntios 1: 4-5 para exemplificar que assim como Paulo, ele leva consolo a outros por meio de suas cicatrizes. 

Paternidade bem resolvida

Para concluir, Fabiano falou sobre um tripé que precisa estar bem resolvido que é a paternidade biológica (relação com a família), paternidade divina (a relação com Deus) e a paternidade espiritual (relação com a igreja).

“Se uma perna desse tripé falhar, nós nunca seremos o que nascemos para ser completamente. Essas três coisas impulsionam o nosso destino”, afirmou ele.

No entanto, o pastor observou: “Um filho não fica só focado no destino, ele frutifica no processo. O destino é uma consequência”. 

“Não podemos desperdiçar nenhuma segunda-feira sem termos uma paixão por Deus, pela nossa família e pela nossa igreja, e consequentemente pelas pessoas que nos cercam. Precisamos levar essa cultura do Céu onde passarmos por esse planeta ainda cheio de órfão”, exortou Fabiano.

“Precisamos aprender e escolher ser filhos. É uma decisão. Por mais que tenhamos uma história muito triste de orfandade, podemos escolher em Jesus e decidir não querer a orfandade na vida. Assim, você terá um destino extraordinário”, concluiu o pastor.

Fabiano é casado com a pastora Viviam Ribeiro, e é pai de Rachel e Giovana. Ele é graduado em teologia e pós-graduado em gestão de pessoas.

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