Vitor Belfort foi o primeiro convidado do novo podcast “Café com Eles”, feito em parceria com o Guiame, apresentado pelo pastor Rodrigo Salvitti.
No bate-papo, o campeão do MMA de 47 anos falou sobre sua caminhada com Deus após sua conversão e como concilia a fé e a carreira na luta.
“A graça de Deus é o que nos salva, eu fui escolhido por Deus, não fui eu quem escolhi Ele”, introduziu Belfort, ao lembrar de como foi salvo.
Desaparecimento da irmã
Vitor contou que foi no momento mais difícil de sua vida – quando sua irmã foi sequestrada em 2004 e desapareceu – que o Senhor mais moldou seu caráter cristão. Ele aprendeu a liberar perdão e a perdoar aqueles que o magoaram.
“Deus disse que eu precisava pedir perdão a todas as pessoas que tinha magoado, e eu fui pedindo perdão. Depois disso, Deus disse que eu deveria liberar perdão a todo mundo que tinha me magoado”, disse o lutador.
Vitor com sua irmã Priscila, que desapareceu. (Foto: Instagram/Vitor Belfort).
Vitor acrescentou que o Senhor lhe disse que deveria perdoar também os envolvidos no desaparecimento da irmã. “Fui perdoando essas pessoas, e é uma dificuldade muito grande fazer isso”, confessou.
Nessa época, o lutador experimentou pessoalmente o amor de Deus. “Para você liberar perdão nesse nível você tem que ter o amor ágape, amar e perdoar seus inimigos”, comentou.
“Cuide de sua família”
Belfort com sua família. (Foto: Instagram/Vitor Belfort).
Comentando sobre a luta do espírito contra a carne que todo cristão vive, Belfort observou que muitas vezes os filhos de Deus irão batalhar contra a cultura que foram criados e contra a maneira de pensar que foram moldados desde cedo.
Dando exemplo de sua própria história, o lutador disse que muitos pais apresentam uma vida de pecado aos filhos, em vez de educá-los nos caminhos do Senhor.
“Meu pai tirou minha virgindade me levando em um prostíbulo, naquela época”, revelou ele. “Hoje, muitos pais [incentivam]: ‘Meu filho, minha filha, se proteja, coloca camisinha’ em vez de ensinar a não ter sexo antes do casamento”, criticou.
E ressaltou: “Imagina se todo sexo fosse feito depois do casamento. Nós teríamos menos divórcio, teríamos muito mais filhos de Deus. O risco de fazer sexo fora do casamento é de engravidar, pegar doença. O sexo foi criado por Deus, mas o diabo adulterou o sexo”.
Casado com a ex-Feiticeira Joana Prado, que também se converteu, e pai de três filhos, Belfort destacou que a Bíblia é o manual de sua família.
“O meu coaching é a Bíblia. Tudo o que vai contra a Bíblia, eu me desfaço. A nossa igreja começa em casa, cuide de sua família”, incentivou ele.
Confira o episódio completo:
Sofrimento e sucesso do cristão
Durante o podcast, Vitor também revelou que enfrentou uma depressão profunda mesmo após conquistar várias vitórias em sua carreira. Ele lembrou que o cristão também está sujeito a enfrentar doenças psicológicas.
“Faz parte da vida. Davi ficou deprimido, foi para uma caverna. E foi na caverna que ele criou o exército dele, que ele encontra todos os deprimidos e ali surge um povo. É importante a gente entender que vai passar pelo sofrimento para produzir a perseverança. E a depressão é o maior sofrimento que a humanidade passa hoje”, afirmou.
Belfort é conhecido como “o Fenômeno”, por ter sido o lutador mais jovem a vencer uma luta do Ultimate Fighting Championship, aos 19 anos. Morando na Flórida, nos Estados Unidos, o boxeador coleciona títulos e já lutou em todos os tipos de lutas.
Entretanto, ele lembrou que quem segue a Jesus não deve basear seu valor e medir seu sucesso com base em conquistas terrenas.
“Eu não posso viver minha vida baseada no meu sucesso no mundo, eu tenho que viver minha vida baseada no sucesso da eternidade. Esse é o cristianismo verdadeiro. Então, como eu meço uma vida de sucesso? Mediante a minha vida espiritual”, refletiu.
Fé cristã nos ringues
Vitor Belfort. (Foto: Facebook/Vitor Belfort).
Vitor contou que concilia bem sua carreira como lutador com sua fé cristã. Para ele, se o esporte for feito sem intenções más, a Bíblia não condena.
“Se a gente pudesse expremer a Bíblia, a Palavra iria sangrar, de Gênesis a Apocalipse. Cristo virou a mesa, deu chicoteada nas pessoas, ele se irou mas jamais pecou”, comentou o atleta.
“Eu tenho o direito de me irar, mas jamais pecar. Eu tenho o direito de me proteger. O cristão deve ser o mais corajoso, não só fisicamente, mas também moralmente. É muito importante o cristão entender que tem momentos que ele terá que ser leão e outros que ele terá que ser cordeiro”.
Belfort ressaltou que luta seguindo os princípios bíblicos de justiça. “O grande lance é você saber se está fazendo algo justo ou algo injusto. A Bíblia me dá o direito [de lutar], se eu estou lutando com um lutador que está preparado, mediante as regras. Você pode sim honrar a Cristo no octógono”, defendeu.
E acrescentou: “Toda vez que eu desferi um soco, dei um chute, não fiz com a intenção de machucar, eu fiz na intenção de ganhar. É violento, mas é violento também se você não fala direito com sua esposa”.
Luta espiritual
O lutador ainda lembrou que o cristão luta uma batalha espiritual durante sua jornada com Deus.
Vitor Belfort encorajou os seguidores de Cristo a matarem sua carne e a viverem no espírito.
“A Bíblia diz que o Reino de Deus é conquistado à força, com violência. Essa violência é você contra você. Seja violento contra a sua vaidade, sacrifique os seus desejos”, concluiu.