Um aluno do ensino médio denunciou sua escola depois que a instituição o puniu por usar uma camiseta declarando que “existem apenas dois gêneros”.
O incidente ocorreu na Nichols Middle School em Middleborough, Massachusetts, Estados Unidos, no dia 21 de março deste ano.
A escola reuniu o comitê escolar no dia 13 de abril. Em um vídeo publicado no Facebook da instituição, o estudante de 12 anos, Liam Morrison, compartilhou o ocorrido:
O vídeo mostra o aluno explicando que não achou que o fato de vestir a camiseta na escola causaria tanta repercussão.
A 12-year-old in @MiddleboroughPS was allegedly sent home from school and told he’s making people feel unsafe for wearing a shirt that said “there are only 2 genders.”
— Libs of TikTok (@libsoftiktok) April 30, 2023
Watch him destroy the school board 🔥 pic.twitter.com/hCBO5wXIgh
“Naquela manhã de terça-feira, fui tirado da aula de ginástica para me sentar com dois adultos, o que acabou sendo uma conversa muito desconfortável. Disseram-me que as pessoas estavam reclamando das palavras na minha camisa, que minha camisa fazia alguns alunos se sentirem inseguros”, disse Liam.
“Eles me disseram que eu não estava com problemas, mas com certeza parecia que estava”, acrescentou ele.
Liam contou que os funcionários da escola disseram que ele deveria tirar a camisa para poder voltar para a aula.
“Quando eu gentilmente disse a eles que não queria fazer isso, eles ligaram para o meu pai”, relatou ele.
Sem intenção de ofender
Liam insistiu que as palavras em sua camisa não representavam nenhuma ameaça, e afirmou que eram apenas uma declaração que ele acredita.
“Disseram-me que minha camisa visava uma classe protegida. Quem é essa classe protegida? Os sentimentos deles são mais importantes do que meus direitos? Não reclamo quando vejo bandeiras do orgulho gay e pôsteres de diversidade espalhados pela escola. Você sabe por quê? Porque os outros têm direito às suas crenças, assim como eu”, declarou ele.
Os colegas de turma, assim como os professores não se ofenderam com a camisa: “Várias crianças me disseram que apoiaram minhas ações e que também queriam uma camisa”.
“Disseram-me que a camisa atrapalhava o aprendizado. Ninguém se levantou e saiu da aula, ninguém começou a chorar. Tenho certeza de que teria notado se isso acontecesse", disse ele.
Ao contrário da declaração da escola, Liam questionou:
“Por que as regras se aplicam a um e não a outro? Eu sinto que esses adultos estavam me dizendo que não era bom eu ter uma visão oposta. Seus argumentos são fracos, na minha opinião”.
Liam sabia que usar a camisa estava dentro de seus direitos da Primeira Emenda.
Ele tem esperança de que o comitê escolar “fale pelo resto de nós para que possamos nos expressar sem sermos retirados da sala de aula”, e acredita que “da próxima vez pode não ser só eu” porque “pode haver mais alunos que decidam falar.”
A escola não se pronunciou sobre o caso
De acordo com o Christian Post, as Escolas Públicas de Middleborough foram procuradas para comentar sobre o ocorrido e nenhum retorno foi recebido até o momento.
Samuel Whiting, procurador-geral do Massachusetts Family Institute, escreveu uma carta no dia 27 de abril relatando a experiência de Liam. Na carta, ele identificou a diretora interina Heather Tucker e uma conselheira escolar não identificada, como adultos que confrontaram o aluno sobre a camisa.
“O aluno perdeu o resto das aulas naquele dia porque seu pai e sua madrasta foram forçados a buscá-lo quando ele se recusou a tirar a camisa”, escreveu Samuel.
Segundo a carta, a Superintendente de Escolas de Middleborough, Carolyn Lyons, alegou que a camiseta é uma violação do código de vestimenta da escola.
Ela afirmou que “as roupas não devem declarar, implicar ou retratar discurso ou imagens de ódio que visam grupos com base em raça, etnia, gênero, orientação sexual, identidade de gênero, afiliação religiosa ou qualquer outra classificação”.
Além de acusar o distrito escolar de violar os direitos de liberdade de expressão de Liam, Samuel informou a política do código de vestimenta referente ao “discurso de ódio” como inconstitucional.
A carta, escrita em nome do estudante e de seus responsáveis, concluiu alertando o distrito escolar de que estaria sujeito a uma ação legal se “interferisse” no direito do aluno de vestir a camisa novamente.