Alemanha se prepara para a 3ª Guerra Mundial com documento secreto de 1.000 páginas

A "Operação Deutschland" é um plano estratégico desenvolvido para responder a crises de segurança, como uma guerra em grande escala.

Fonte: Guiame, com informações do The SunAtualizado: segunda-feira, 25 de novembro de 2024 às 17:29
Tropas alemãs de uma unidade de operações especiais se preparam para evacuar uma vítima simulada durante a Visão Unificada 18. (Foto: OTAN)
Tropas alemãs de uma unidade de operações especiais se preparam para evacuar uma vítima simulada durante a Visão Unificada 18. (Foto: OTAN)

Os planos de preparação da Alemanha para a Terceira Guerra Mundial foram expostos em um documento confidencial de 1.000 páginas intitulado “Operação Alemanha” (Operação Deutschland, em inglês), informou o The Sun.

Isso ocorreu após cidadãos de países nórdicos, entre eles Noruega, Finlândia e Dinamarca, receberem, na segunda-feira (18), orientações para se prepararem para a guerra, acompanhadas de alarmantes guias de sobrevivência, enquanto as tensões entre a Rússia e a Ucrânia continuavam a se intensificar.

Diante disso, a Alemanha tem reforçado sua segurança nacional para responder ao aumento das tensões decorrentes da guerra na Ucrânia.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte enviou milhares de tropas para apoiar Putin e, na terça-feira, Kiev, sitiada, lançou seu primeiro míssil de longo alcance contra a Rússia.

"Operação Deutschland"

Os temores de uma guerra que possa ultrapassar as fronteiras nacionais aumentaram, com a Alemanha acompanhando os países nórdicos e intensificando as medidas de precaução.

As forças militares alemãs começaram a implementar a "Operação Deutschland", acordada entre políticos, que contém um plano estratégico assustador de 1.000 páginas.

Segundo o Frankfurter Allgemeine, documentos ultrassecretos revelaram detalhes sobre edifícios e instalações de infraestrutura que necessitam de proteção especial em situações de emergência de natureza militar.

O relatório também inclui planos sobre como a Alemanha procederia em caso de ameaça à defesa ou até mesmo tensões anteriores, possivelmente aludindo à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Profissões vulneráveis

Uma primeira reunião ocorreu na Câmara de Comércio de Hamburgo, onde empresas específicas foram abordadas diretamente após o relatório revelar as profissões vulneráveis diante da guerra.

Os participantes foram orientados a buscar autossuficiência instalando seus próprios geradores a diesel ou até mesmo uma turbina eólica.

Orientações sobre direção de caminhões foram repassadas pelo Tenente-Coronel Jörn Plischke, que afirmou que, "para cada 100 funcionários", pelo menos cinco motoristas de caminhão adicionais deveriam ser treinados "dos quais vocês não precisam".

Ele explicou de forma assustadora: "70% de todos os caminhões nas estradas da Alemanha são dirigidos por europeus orientais." E acrescentou: "Se houver uma guerra lá, onde essas pessoas estarão?"

O diretor administrativo da Câmara de Comércio, Malte Heyne, alertou de forma preocupante: "Devemos aumentar a conscientização sobre a importância de uma economia bem preparada e resiliente para a defesa civil e militar da Alemanha".

Planos de emergência

Planos foram elaborados na Alemanha ao longo do ano, com o Ministério da Defesa confirmando em julho planos de emergência para mover "centenas de milhares" de tropas da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no caso de uma guerra com a Rússia.

Isso ocorreu em reação a relatos da mídia de que os preparativos estavam se intensificando, juntamente com as crescentes tensões do Ocidente com Putin.

Também foi sugerido que Berlim estava se preparando para mover 200.000 veículos, assim como 800.000 tropas da OTAN, através de seu território, caso a situação com a Rússia se transformasse em uma guerra total.

Na época, o Comando de Defesa Interna da Bundeswehr, em Berlim, confirmou que a secreta Operação Deutschland continuava sendo desenvolvida.

Um porta-voz disse à Newsweek: "[Operational Plan Deutschland] está sendo continuamente trabalhado sob a responsabilidade do Comando de Defesa Interna da Bundeswehr e é constantemente atualizado."

A notícia do plano surgiu depois que milhões de panfletos chegaram aos lares suecos com o título alarmante: "Se a crise ou a guerra chegarem", na segunda-feira, enquanto outras nações emitem seus próprios conselhos preocupantes para cidadãos temerosos.

Helicóptero e tropas alemãs em simulação de resgate. (Foto: OTAN)

Estocolmo chamou a atenção para o que eles chamam de piora da situação de segurança – também conhecida como invasão sangrenta da Ucrânia pela Rússia – e pediu aos suecos que se preparassem para o conflito.

Enquanto isso, a vizinha Finlândia publicou seus próprios conselhos alarmantes online, orientando a população a se preparar "para incidentes e crises".

Os noruegueses também receberam um panfleto pedindo aos moradores que aprendessem a se virar sozinhos por uma semana em caso de condições climáticas extremas – ou guerra.

A Suécia e a Finlândia recentemente abandonaram sua neutralidade para se juntar à OTAN após testemunharem as atrocidades que Putin desencadeou na Ucrânia desde 2022.

Por outro lado, a Noruega foi um membro fundador da aliança defensiva ocidental.

Mísseis nucleares

Os temores nucleares se espalharam após a Rússia ser forçada a admitir que havia sido atingida pela Ucrânia com mísseis ATACMS americanos durante a noite.

Poucos dias após os EUA autorizarem o uso de foguetes de longo alcance pela Ucrânia, as forças de Kiev os usaram para atacar um depósito militar que guardava munição e mísseis antiaéreos.

Foi a primeira vez que Kiev, em guerra, conseguiu lançar foguetes balísticos em solo russo, quando a guerra atinge os 1.000 dias.

Relatos sobre o ataque com mísseis surgiram na manhã de terça-feira, com uma fonte de defesa ucraniana confirmando ao RBC que foguetes ATACMS foram realmente utilizados.

Mais tarde, o Ministério da Defesa russo confirmou o ataque, afirmando que mísseis fornecidos pelos EUA foram utilizados para atingir o arsenal de munição em Bryansk.

Fragmentos de um dos foguetes danificados caíram no "território técnico" da instalação militar, provocando um incêndio, o que a Rússia teve que admitir, embora a contragosto.

Altos escalões alegaram que conseguiram abater cinco foguetes e danificar mais um.

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