A famosa e já polêmica grife espanhola Balenciaga está sendo acusada de promover erotização e abuso infantil em sua última campanha publicitária de fim de ano.
As fotos do anúncio da nova coleção primavera/verão 2023 foram alvo de uma enxurrada de críticas nas redes sociais, sendo chamadas de "perturbadoras" e "exploradoras de crianças".
Uma das fotografias da campanha mostrava duas meninas segurando ursinhos de pelúcias sadomasoquistas, em meio a um cenário com bebidas e uma coleira de cachorro.
Em outra foto, uma bolsa da marca de luxo foi mostrada embaixo de papéis em branco, exceto um documento.
Usuários do Twitter apontaram que se tratava de um trecho de um caso da Suprema Corte dos Estados Unidos, onde o tribunal decidiu que negociar pornografia infantil não violava a Primeira Emenda.
“Oferecer ou solicitar a transferência, venda, entrega ou comércio de pornografia infantil não viola a Primeira Emenda da Cosntituição dos Estados Unidos, mesmo que a pessoa acusada, de acordo com o código, não possuisse, de fato, pornografia infantil para negociar”, afirma o documento.
Outra parte visível do papel citava um segundo caso da Suprema Corte dos EUA, chamado Ashcroft v. Free Speech Coalition. O processo de 2002 concluiu que a Lei de Prevenção de Pornografia Infantil de 1996 (CPPA) feria a liberdade de expressão.
Pinturas de crianças nuas
Pinturas do artista Michael Borremans. (Foto: David Zwirner/Daily Art Fair).
Uma terceira foto da campanha da Balenciaga apresenta uma modelo sentada em um escritório, dentro de um edifício alto.
Usuários do Twitter notaram o livro “Fire from the Sun”, do artista Michael Borremans, ao fundo da imagem.
A obra contém pinturas grotescas de crianças correndo nuas e olhando e segurando partes de seus corpos decepadas, cobertas de sangue.
A galeria de arte contemporânea David Zwirner, que expôs a obra de Borremans em 2018, descreveu que as pinturas apresentavam “Crianças envolvidas em atos lúdicos, mas misteriosos, com conotações sinistras e insinuações de violência".
Após a campanha da Balenciaga ser lançada na web, a grife recebeu críticas em suas mídias sociais e usuários usaram as hashtags #BoycottBalenciaga e #CancelBalenciaga para repudiar a publicidade.
Uma usuária afirmou que o criador da campanha deveria estar na cadeia. “Isso é preocupante. Horripilante”, escreveu.
Logo após a repercussão na internet, a marca retirou a campanha da internet e postou um pedido de desculpas em seu perfil no Instagram.
A grife declarou que vai tomar medidas legais contra os responsáveis pela sessão de fotos. Já o fotógrafo da campanha, Gabriele Galimberti, afirmou que a escolha dos objetos não foi sua.
“A direção da campanha e a escolha dos objetos expostos não estão nas mãos do fotógrafo”, alegou, acrescentando que a foto onde aparece o documento da Suprema Corte não é de sua autoria.
Agenda progressista
No Brasil, líderes cristãos denunciaram e repudiaram a campanha publicitária. O cantor Isaias Saad observou que o anúncio que parecia inofensivo, revelava uma mensagem perturbadora.
“É tudo muito bem pensado e arquitetado! Pesado, não é? Onde diversas coisas começam a ser colocadas de forma discreta, mas aos poucos vão se instaurando na mente da sociedade. A sexualização infantil precisa ser combatida e aniquilada”, escreveu Isaias.
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Para o cantor cristão, a campanha polêmica faz parte da agenda progressista. “Não existe acaso ou coincidência nessa campanha publicitária da Balenciaga. A distorção do belo, a sexualização infantil, faz parte da agenda progressista, e eles estão cumprindo essa agenda. Toda essa campanha foi intencional”, explicou.
E ressaltou: “Estamos em guerra, e a nossa guerra é espiritual. Cuide e proteja as suas crianças. Elas são o principal alvo!”.
A influencier e pastora Fabiola Melo também repudiou a campanha e incentivou o público a compartilhar sobre o caso.
“Estou enojada! Que possamos estar com os olhos abertos para não sermos enganados e que sejamos fortes para denunciar o mal mesmo quando ele se disfarça”, escreveu.