O assistente social Felix Ngole, residente no Reino Unido, entrou com uma ação na justiça por suposta discriminação religiosa. Ele perdeu uma oferta de emprego para trabalhar em um hospital por sua posição cristã sobre homossexualidade e casamento tradicional.
Apoiado pelo Christian Legal Centre, Felix terá uma audiência marcada em julho, no Leeds Employment Tribunal.
O profissional faz reivindicações sob a Lei da Igualdade por "discriminação, assédio, discriminação indireta e compensação por danos aos sentimentos".
‘Abraçar causas LGBT’
Felix foi informado pelo Touchstone Support Leeds que, a menos que ele pudesse demonstrar como iria “abraçar e promover os direitos homossexuais” na organização, a oferta de emprego seria retirada.
O trabalho de Felix no Wakefield Hospital seria o de gerenciar a alta de pacientes com problemas de saúde mental. Mas após a executiva-chefe da Touchstone, Kathryn Hart, descobrir artigos online sobre o caso anterior de Felix na justiça, a oferta foi retirada.
"Em particular, descobrimos algumas informações sobre [o Sr. Ngole] que não se alinham com o ethos e os valores da Touchstone Leeds", disse ela. "[Somos uma organização orgulhosa de trabalhar com a comunidade LGBTQ+ e nos orgulhamos de ser um empregador inclusivo."
"Em particular, temos sérias preocupações de que sua capacidade [do Sr. Ngole] de agir no melhor interesse da Touchstone, seus usuários de serviço e sua equipe seja comprometida por suas opiniões fortes", continuou.
Felix respondeu ao e-mail que "não discriminaria ninguém", insistindo que também não mudaria suas crenças cristãs por um emprego.
Vitória histórica
Em 2019, o profissional venceu um caso histórico de liberdade de expressão no Tribunal de Apelação contestando a decisão de sua universidade de expulsá-lo por comentários no Facebook defendendo o casamento e a ética sexual cristã.
O tribunal decidiu que “a mera expressão de pontos de vista religiosos sobre o pecado não conota necessariamente discriminação” e Felix posteriormente concluiu seu curso.
Interrogatório
Para Felix ser um trabalhador de Apoio à Saúde Mental era seu “emprego dos sonhos”. Ele tem experiência na função em ambientes hospitalares e domiciliares, e possui as qualificações profissionais para fazê-lo.
“O que não posso fazer, e vocês não podem razoavelmente esperar que eu faça, sem que vocês sejam discriminatórios, é tornar minha participação na 'promoção dos direitos homossexuais' uma condição para meu emprego”, respondeu Ngole.
Após a correspondência recebida, Felix foi convidado para uma reunião com os empregadores, que a Christian Concern caracterizou como um "interrogatório de duas horas".
Andrea Williams, diretora-executiva do Christian Legal Center, disse: “Dizer a um funcionário que ele deve 'abraçar e promover' a homossexualidade como condição de emprego estabelece um precedente sombrio e preocupante. Se não for contestado, os cristãos que manifestam suas crenças serão impedidos de trabalhar no NHS e em outras instituições.
“Felix ama Jesus e os ensinamentos da Bíblia, e você não poderia pedir um profissional de saúde mental mais compassivo para apoiar os mais vulneráveis em nossas comunidades.
‘Não vou negar minha fé’
“O Reino Unido não é mais o país de que ouvi falar anos atrás, quando fugia de Camarões. O Reino Unido era então um bastião da liberdade de expressão”, diz Felix.
“Não tenho escolha a não ser buscar justiça novamente, porque se isso está acontecendo comigo, estará acontecendo com cristãos e indivíduos de todas as crenças e origens em todo o país”, declara.
“Já fui um requerente de asilo; eu não tinha emprego, nem casa, mas as pessoas da minha comunidade me tratavam com muita gentileza. Tenho que mostrar essa bondade, não só porque sou cristão, mas também porque foi isso que recebi.”
“Não posso negar minha fé para conseguir um emprego. Um dia deixarei este mundo e não partirei com nada além da minha fé. Ficarei feliz em ser uma faxineira, se necessário for, contanto que eu mantenha minha fé e esteja correto diante de Deus.”