Um professor de teologia foi demitido por uma faculdade metodista, após afirmar no Twitter que a “homessuxualidade está invadindo a Igreja” e que muitos evangélicos estão com medo de expressar suas crenças sobre sexualidade.
Aaron Edwards, de 37 anos, foi demitido da Cliff College na semana passada, na Inglaterra, acusado de má conduta e de prejudicar a imagem da faculdade nas redes sociais.
Edwards foi interrogado pela diretoria da Cliff e ameaçado de ser denunciado à Prevent, o órgão de vigilância antiterrorista do governo britânico.
No dia 19 de fevereiro de 2023, o professor postou: “A homossexualidade está invadindo a Igreja. Os evangélicos não veem mais a gravidade disso porque estão ocupados se desculpando por sua homofobia aparentemente bárbara, seja verdade ou não. Este é um 'assunto do Evangelho', a propósito. Se o pecado não é mais pecado, não precisamos mais de um Salvador”.
O tuíte repercutiu e gerou um debate, com usuários criticando Aaron, incluindo membros da Igreja Metodista da Grã-Bretanha.
Homosexuality is invading the Church.
— Aaron Edwards (@aaron_p_edwards) February 19, 2023
Evangelicals no longer see the severity of this b/c they're busy apologising for their apparently barbaric homophobia, whether or not it's true.
This *is* a "Gospel issue", by the way. If sin is no longer sin, we no longer need a Saviour.
Logo depois, em outra postagem, o teólogo esclareceu que sua postagem não era homofóbica e que foi dirigida ao público evangélico que concorda com ela, mas tem medo de falar devido a repressão que pode sofrer.
“Expressei a visão conservadora como uma questão doutrinária, e as implicações para o pecado/Evangelho. Não foi um ataque a indivíduos, foi dirigido a evangélicos. Parece que manter a visão de que a homossexualidade é pecaminosa só é bem-vinda se ela permanecer ‘não expressa’”, escreveu Aaron.
E acrescentou: “A aceitação da homossexualidade como ‘não pecaminosa’ é uma invasão da Igreja, doutrinariamente. Isso não é controverso. A aceitação é controversa. A maioria da Igreja global concordaria. Não é homofóbico declarar a homossexualidade como pecaminosa”.
Interrogado
O Cliff College soube da repercussão do tuíte de Edwards e pediram que ele excluísse a publicação, argumentando que violava a política de mídia social dos funcionários da faculdade.
O professor se recusou a apagar a publicação porque entendeu que ia contra sua consciência e seria como uma admissão de que ele pretendia ofender quando postou. Então, Edwards foi suspeito e a faculdade abriu uma investigação sobre sua conduta.
Em 8 de março, durante uma audiência disciplinar, a Cliff informou ao professor que estava considerando denunciá-lo ao Prevent.
Ele ainda foi interrogado sobre o que falaria a um aluno que o procurasse para orar por sua atração homoafetiva. Segundo a Christian Legal Centre, que está defendendo judicialmente o professor, é possível que a faculdade tentou acusar Edwards de fazer “terapia de conversão”.
Após trabalhar sem nenhuma advertência por 7 anos, o professor foi demitido da Cliff. Aaron acredita que não conseguirá lecionar no ensino superior novamente.
O teólogo apelou da decisão faculdade e está analisando suas opções legais em um caso de discriminação.
Preocupação com a liberdade de expressão
“A reação ao meu tweet e o tratamento injusto que recebi do Cliff College e da Igreja Metodista na Grã-Bretanha ilustram completamente o problema que meu tweet abordou”, declarou ele.
“Qualquer pessoa preocupada com a liberdade acadêmica, as liberdades cristãs e a liberdade de expressão deve estar profundamente preocupada com o que aconteceu comigo”.
O caso acontece em um contexto em que a Igreja Metodista na Grã-Bretanha é inclusiva com o público LGBT e, desde 2012, permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
“Cada vez mais, sob a bandeira da 'tolerância' e da 'bondade', os cristãos evangélicos conservadores, especialmente na Igreja Metodista e na Igreja da Inglaterra (CofE), são incapazes de manter ou expressar o ensino bíblico, sem medo de represálias”, explicou a Christian Legal Centre.
A diretora-executiva do Christian Legal Centre, Andrea Williams, declarou: “Um teólogo cristão que trabalha para uma faculdade cristã, tuitando sobre o ensino bíblico cristão sobre a sexualidade humana, foi demitido e rotulado como um potencial ' terrorista’”.
“Este é um pai inteligente, instruído e respeitado de cinco filhos, que foi expulso de uma faculdade bíblica por expressar opiniões e crenças compartilhadas por milhões de cristãos em todo o mundo”.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições